Pesquisa do Instituto Opinião encomendada pelo Congresso em Foco revela que o presidente Jair Bolsonaro ainda tem dificuldade com o eleitorado feminino, de menor renda e escolaridade e não evangélico. De acordo com o levantamento, o ex-presidente Lula lidera em todas as regiões, mas enfrenta maior resistência entre eleitores de maior renda familiar e evangélicos. No geral, conforme revelou o site nessa quarta-feira (21), o ex-presidente lidera com 45% das intenções de voto na pesquisa estimulada, aquela em que os nomes dos candidatos são apresentados, contra 33% do atual presidente e postulante à reeleição. Considerando-se apenas os votos válidos, ele atinge 49%, um ponto a menos que os 50% (mais um) necessários para vencer em primeiro turno. A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 20 de setembro com eleitores de todo o país.
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Renda, faixa etária e escolaridade
Segundo o Opinião, Lula lidera com maior folga entre eleitores com renda de até um salário mínimo (49% a 19% de Bolsonaro), com ensino fundamental (48% a 27%), entre jovens de 16 e 24 anos (55% a 24%), mulheres (46% a 29%), sem religião (58% a 18%) e do Nordeste (50% a 22,7%). Bolsonaro, por sua vez, tem melhor desempenho entre eleitores com renda familiar acima de cinco salários mínimos. Nesse segmento, vence Lula por 45% a 35%. E também entre evangélicos, em que bate o petista por 42% a 39%. O candidato à reeleição não supera o ex-presidente em nenhuma faixa etária – seu melhor desempenho se dá entre os eleitores de 35 a 44 anos. Nesse caso, Bolsonaro tem 37% ante 39% de Lula.
Possibilidade de mudança
Na pesquisa estimulada, liderada por Lula seguido de Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT) tem 7%, Simone Tebet (MDB), 5% e Soraya Thronicke (União) e Felipe D’Ávila (Novo), 1% cada. Os demais candidatos não pontuaram. Outros 3% declararam que votarão em branco ou nulo e 5% não responderam.
O levantamento também mostra que é grande o índice de apoiadores de Ciro e Tebet que podem votar em outro candidato: 35% dos eleitores declarados do pedetista e 30% dos eleitores declarados da emedebista admitem mudar de voto. Para efeito de comparação, apenas 8% dos apoiadores de Bolsonaro e 11% de Lula afirmaram que podem mudar de voto. No geral, 83% dos entrevistados afirmam que não vão mudar de voto. Só 8% reconhecem essa possibilidade.
Lula a um ponto percentual da vitória em primeiro turno, revela Instituto Opinião
O levantamento também aponta para cenário de vitória de Lula em um eventual segundo turno contra Bolsonaro: 51% a 37%. Na pesquisa espontânea, aquela em que não são mostrados os nomes dos candidatos, o ex-presidente também leva vantagem sobre o atual no primeiro turno (40% a 30%).
A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança da pesquisa é de 95%. A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09430/2022, ouviu 2 mil pessoas por telefone com entrevistadores humanos, por meio de sorteios aleatórios na base de dados. Foram levados em conta critérios de divisão geográfica, escolaridade, faixa etária e classificação socioeconômica.