O ex-senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião anunciou nessa quarta-feira (27) a desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT). O político aponta que a saída foi motivada pela divergência de princípios pessoais e da sigla. O anúncio foi feito durante transmissão ao vivo no blog do jornalista Esmael Morais.
Emedebista por quase quarenta anos, entre 1982 e 2021, Requião afirmou que sua filiação ao PT, em 2022, se deu “para ajudar a liquidar o liberalismo do Guedes e do Bolsonaro e para eleger o Lula”, a quem ele diz ter admiração. Sobre a atual conjuntura do partido, o ex-senador avalia que a sigla perdeu “sua função transformadora”.
“Eu saí quando vi que o PT não era mais um instrumento de transformação no Brasil nesse momento. Agora, é claro que tem gente maravilhosa no PT, tem quadros incríveis. Mas o partido está atrelado a este jogo de extrema direita, da centro-direita, o governo que prejudica o Brasil de uma forma dura”, explicou.
Entre outras críticas ao PT, Requião culpou o governo Lula pelo pedágio no Paraná. Além disso, citou o apoio do Executivo à venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel), da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), do Porto de Paranaguá. “Isso se deve a um pragmatismo político. Eles querem apoio da direita, mas estão entregando os nossos princípios, entregando a soberania do país”, acrescentou.
Leia também
Em suas redes sociais, o ex-governador reafirmou suas posições políticas independente da desfiliação. “Minha posição nacionalista, progressista, a favor do povo do Paraná e do Brasil, continua a mesma. Minhas posições políticas continuam as mesmas. Saí do PT! Você sabe o porquê”, escreveu Requião, que ainda não definiu em qual sigla deve se filiar.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), lamentou em suas redes sociais a desfiliação de Requião. De acordo com a parlamentar, o ex-governador fez “críticas injustas” ao partido quando afirma sobre aderir à direita.
Publicidade“Requião sabe como foi importante a frente política mais ampla que construímos no PT para eleger Lula e, aí sim, livrar o Brasil de um governo de extrema-direita. E deve saber também que nosso governo reconstruiu políticas públicas que atendem os mais pobres, retomou a geração de empregos, fez crescer o salário e a renda, além de defender a democracia e enfrentar os golpistas”, disse Gleisi.