A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (21) é mais uma a reforçar o que outros levantamentos anteriores já apontavam. Bolsonaro estagnou. Aparentemente, bateu no teto. Da sua caixa de ferramentas não sai mais nada. Tudo o que ele tentou nas últimas semanas não parece ter produzido novos dividendos para a sua campanha.
Veja aqui o comentário em vídeo:
A pesquisa ainda mostra um crescimento do seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, de dois pontos, no limite da margem de erro. E Bolsonaro ficou com os mesmos 34% da rodada anterior, quando Lula caiu dois pontos.
Na pesquisa BTG/FSB, Lula também subiu um ponto, para 44%, e Bolsonaro outra vez ficou estável, em 35%.
No Ipec, Lula passou de 46% para 47%, e Bolsonaro ficou parado nos mesmos 31%.
Na Ipespe/Abrapel, Lula foi de 44% para 45, e Bolsonaro caiu de 34% para 33%.
Na CNT/MDA, Lula subiu de 42,3% para 43,4%, e Bolsonaro menos de um ponto, de 34,1% para 34,8%.
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Só no Datafolha, Lula ficou estável, em 45%. Mas, nesse caso, Bolsonaro caiu de 34% para 33%.
Ou seja, com exceção da leve subida na CNT/MDA, Bolsonaro ficou parado, quando não sofreu pequena queda. E isso aconteceu em um momento em que o atual presidente, candidato à reeleição, procurou intensificar a sua presença na campanha, inclusive valendo-se de expedientes que seus adversários, por não serem presidentes, não têm. Dobrando a aposta, como dissemos aqui ontem, no risco da ilegalidade.
Bolsonaro sequestrou o bicentenário da independência e transformou-o em ato de campanha política em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi a Londres, na Inglaterra, fazer comício durante os funerais da rainha Elizabeth II. Sua claque chegou, inclusive, a ser admoestada por um cidadão britânico que exigiu respeito à monarca que o país pranteava. De lá, seguiu para Nova York para transformar a tribuna da Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) em palanque. Em uma churrascaria nos Estados Unidos, repetiu o coro de “imbrochável”. Com o perdão do trocadilho inevitável, nada disso fez com que o negócio dele subisse.
Evidentemente, as próximas pesquisas e os movimentos dessas duas últimas semanas é que definirão o que de fato acontecerá no dia 2 de outubro. Mas, aparentemente, o arsenal de Bolsonaro já não produz efeitos. E, ao contrário, as pesquisas revelam a possibilidade de fato de Lula virar mais votos a seu favor, diante do mau desempenho das demais opções. É significativo o quadro recente que mostrou oito ex-presidenciáveis dando apoio a ele. Inclusive nomes que têm suas razões para ter suas mágoas, e que sofreram ataques de petistas, como Cristovam Buarque e Marina Silva. Inclusive nomes de viés conservador, como Henrique Meirelles.
Se diante da constatação de que o jogo é mesmo somente entre Bolsonaro e Lula, é para Lula que parecem estar indo as intenções de voto. Bolsonaro nada conseguiu agregar nos últimos dias. Bolsonaro estará parado.