Depois da derrota nas urnas em 2022, o PSDB tenta se reinventar e ganhar fôlego nas eleições de 2024. O partido, no entanto, encontra dificuldades para definições internas, como o novo presidente da sigla. Com a eleição do Diretório Nacional marcada para esta quinta-feira (30), o Partido da Social Democracia Brasileira ainda não tem definição sobre o futuro presidente. O novo diretório é o grupo que escolherá os integrantes da Executiva Nacional, incluindo o presidente.
Inicialmente, os principais nomes do PSDB desejavam que o atual presidente, Eduardo Leite (RS), continuasse no cargo a partir da nova eleição interna. A ideia é que Leite representaria “juventude” e “renovação”, segundo Paulo Abi-Ackel (MG), atual secretário-geral do partido.
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No entanto, Leite decidiu que não iria tentar a presidência do partido novamente. Segundo integrantes da sigla, a situação do Rio Grande do Sul, com os recentes desastres naturais, influenciou na decisão. Leite gostaria de focar em seu trabalho como governador.
Sem o chefe do Executivo gaúcho, o nome do ex-governador Marconi Perillo (GO) tornou-se central no PSDB. Mas o ex-senador e ex-presidente da sigla tucana José Aníbal (SP) também foi colocado como uma opção. O nome do deputado Adolfo Viana (BA), líder da federação PSDB-Cidadania na Câmara.
Na noite de quarta-feira (29), véspera da Convenção Nacional do partido, ainda não havia definição sobre um nome.
A escolha do novo presidente é estratégica para as eleições de 2024. O PSDB perdeu espaço durante as eleições nacionais de 2022. Para um cenário diferente em 2026, o partido quer se renovar para o eleitorado.
PublicidadeDerrocada do PSDB
Fundado em 1988 como uma dissidência do MDB, o PSDB tem entre os seus fundadores o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. O partido se colocava como a principal oposição ao poder por décadas.
Um dos maiores partidos em número de filiados do Brasil, com 1,32 milhão, o PSDB diminuiu de tamanho em 2022. Sem candidato para a Presidência da República, o partido também amargou nos estados: elegeu somente três governadores, com Raquel Lyra (PE), Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS). Raquel está cada vez mais próxima do presidente Lula e sua saída do partido é considerada uma questão de tempo.
No Congresso Nacional, o PSDB, em sua federação com o Cidadania, só conseguiu eleger 18 deputados federais. Nenhum senador foi eleito em 2022.
Ainda assim, no Senado contava com quatro nomes: Izalci Lucas (DF), Plínio Valério (AM), Mara Gabrilli (SP) e Alessandro Vieira (SE). Os últimos dois deixaram o partido durante o ano. Com isso, o PSDB perdeu o gabinete de liderança do Senado, espaço a que a sigla tinha direito desde sua fundação.
Já Izalci, o líder da sigla, conversa com o PL e com o União Brasil para mudar de partido. Plínio também é cobiçado por outros partidos.