Um ano após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes bolsonaristas invadiram as sedes dos três poderes da República para exigir um golpe militar, tais ações seguem repudiadas pela maior parte da população, conforme revela uma pesquisa da Genial/Quaest. Dentre os resultados do levantamento, se constatou que, mesmo no eleitorado de Jair Bolsonaro, a maioria é contrária à depredação daquele dia.
A pesquisa, realizada entre os dias 14 e 18 de dezembro com pouco mais de 2 mil entrevistados, aponta para uma rejeição geral de 90% da população brasileira às ações dos golpistas. Separando as amostras por perfil eleitoral, 85% dos eleitores de Bolsonaro condenam os ataques, parcela que sobe para 93% dentre os apoiadores do presidente Lula.
Por outro lado, houve uma ligeira redução no total de pessoas que enxergam as ações de forma negativa. Logo após os atos de 8 de janeiro, o instituto realizou uma pesquisa equivalente, identificando uma rejeição geral de 94% da população, quatro pontos percentuais acima do último resultado.
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Felipe Nunes, diretor da Quaest, não descarta a avaliação positiva dos resultados do levantamento dentro do contexto político brasileiro. “A rejeição aos atos do 8 de janeiro mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, declarou.
Outro assunto abordado na pesquisa é a percepção do impacto dos atos sobre a imagem do eleitorado bolsonarista. 51% dos entrevistados acreditam que os invasores não representam os eleitores de Jair Bolsonaro, e configuram apenas uma parcela de radicais. Dentre os que alegam ter votado no ex-presidente, 30% os consideram representantes do perfil deste eleitorado. Dentre os eleitores de Lula, 59% avaliam que os invasores representam sim o bolsonarismo.
Também houve aumento no número de pessoas que atribuem os atos às ações de Jair Bolsonaro. Em janeiro de 2023, 47% dos entrevistados enxergaram influência do antigo mandatário nas ações dos invasores. Um ano depois, essa porcentagem subiu para 51%.
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