Eduardo Paes (DEM) foi empossado nesta sexta-feira (1º) como prefeito do Rio de Janeiro (RJ). Junto com ele também tomaram posse o vice-prefeito Nilton Caldeira (PL) e os 51 vereadores eleitos em 2020.
Em seu discurso, Paes agradeceu aos vereadores Jorge Felippe (DEM), ex-presidente da Câmara do Rio de Janeiro, e César Maia (DEM), ex-prefeito do Rio, pai do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e responsável por lançar Paes na política.
O prefeito também criticou seu antecessor no cargo, Marcelo Crivella (Republicanos), e o culpou pela crise econômica vivida pela cidade.
“Nunca na historia do Rio de Janeiro um prefeito recebeu de seu antecessor uma herança tão perversa. Servidor esperando pagamento que não vem, 15 folhas de salários para o próximo ano, um desafio fiscal colossal que alcança a marca de R$ 10 bilhões. Esse é o cenário desastroso das finanças da prefeitura, mas não desastroso o suficiente para nos abater”, afirmou.
O político do DEM comentou sobre o apoio que recebeu de políticos de esquerda, como PT e Psol, que o ajudaram no segundo turno para evitar a reeleição de Crivella.
Leia também
“Eu tenho a perfeita noção que se uniu em torno de minha vitória no segundo turno um conjunto de forças políticas, várias delas representadas aqui, que acima de tudo queriam uma mudança para a nossa cidade. A todos eles meu muito obrigado. Sei que muitas dessas forças pensam diferente de mim em quantidade grande de temas, mas minha vitória mostrou que é possível estabelecer consensos mínimos quando o interesse da sociedade é colocado em risco”.
Apesar de fazer várias críticas ao agora ex-prefeito Marcelo Crivella, Paes afirmou que não adotará o discurso de “herança maldita”.
“Sabemos que a situação da cidade é muito crítica e que o legado deixado pela gestão que me antecede não é bom. Isso, sem abrir que fatos concretos sejam apurados e que o diagnóstico da situação que estamos encontrando seja informado de forma transparente a nossa cidade, não quer dizer de maneira nenhuma que ficaremos olhando para trás e reclamando de herança maldita. Essa já foi negada pelos cariocas no último dia 29 de novembro”.
No discurso, o prefeito afirmou que vai anunciar no próximo domingo (3) uma série de ações contra a disseminação do coronavírus. De acordo com ele, algumas delas são:
- comitê de especialistas de enfrentamento à covid-19;
- centro de operações de emergência;
- estágios de risco por regiões administrativa;
- transparência total da taxa de ocupação de leitos do SUS;
- 343 novos leitos.
A cerimônia aconteceu na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e foi dividida em três partes. Na primeira vereadores fizeram o juramento de posse dos seus cargos, na segunda foi eleita a Mesa Diretora da Casa Legislativa para o biênio 2021-2022, que será presidida pelo vereador Carlo Caiado (DEM), e na terceira o prefeito e o vice foram empossados.
A primeira parte da sessão foi presidida pelo vereador Tarcísio Motta (Psol), o mais votado do pleito de 2020. O segundo filho do presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), conseguiu menos votos do que em 2016 e foi o segundo mais votado.
A posse dos secretários municipais está marcada para acontecer às 16h. O deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), que assume a Secretaria da Fazenda, anunciou por meio do Twitter a elaboração de um pacote de ajuste fiscal para a cidade, incluindo o envio de um reforma da Previdência municipal.
Além de Pedro Paulo, outros nomes do secretariado de Paes são o do deputado federal Marcelo Calero (Cidadania) para a Integridade Pública e o do deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB) para a Educação.
Eduardo Paes substitui Marcelo Crivella, que não conseguiu ser reeleito. O novo prefeito do Rio já administrou a cidade por outros dois mandatos, de 2009 a 2016. Junto com César Maia, Paes é o único prefeito que chegou a um terceiro mandato no Rio de Janeiro.
Entre medidas emergenciais e de longo prazo, a Sec. de Fazenda e Planejamento da nova gestão de @eduardopaes_ publica hoje uma série de medidas que busca tanto reverter a crise econômica mais imediata como construir condições permanentes para recriar a fase carioca mais otimista.
— Pedro Paulo (@pedropaulo) January 1, 2021
Uma lei de emergência fiscal busca desindexar contratos, desvincular receitas e desobrigar despesas, além de ampliar todo o arcabouço de responsabilidade fiscal. Uma segunda proposta, tributária, revisaria subsídios e simplificaria tributos com foco em novos investimentos.
— Pedro Paulo (@pedropaulo) January 1, 2021
Por fim, uma proposta de reforma previdenciária municipal. A aposta da Secretaria é que planejamentos mais estruturais ajudem a reconquista de melhor classificação de risco do Rio junto às agências internacionais e ao Tesouro Nacional. Atualmente a cidade tem classificação C.
— Pedro Paulo (@pedropaulo) January 1, 2021