O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB, anunciou nesta segunda-feira (28) a renúncia de seu cargo para se concentrar nas atividades de seu partido durante o período eleitoral. A partir do dia 2, assume seu vice, Ranolfo Vieira Júnior, da mesma sigla. Em seu discurso, Leite anunciou que vai passar os próximos meses viajando pelo país para trabalhar na campanha presidencial de sua legenda.
“Eu atendo o que a legislação eleitoral exige: renunciar ao mandato de governador para estar na política atuando nessa eleição, que é decisiva, buscando dar toda a colaboração que eu puder para ajudar o país nesse momento crítico”, afirmou Leite no evento de desfiliação. O governador também reafirmou que permanecerá no PSDB, e que abriu mão do plano de usar a janela partidária para migrar ao PSD, onde alimentava esperanças de ser lançado como candidato a presidente.
“Sobre o PSD, temos uma relação de muita proximidade. Eles integram nosso governo, temos com muita alegria a participação deles no governo. (…) No processo nacional, vamos ter ao longo dos próximos meses, no tempo próprio da política, a oportunidade de construir convergência entre os partidos, respeitando a aspiração de cada um”, comentou.
Eduardo Leite considera que sua saída do governo é necessária não apenas para impedir a função de gestor de comprometer sua capacidade de auxiliar o partido nas eleições, como para impedir a via inversa. “O governo precisa garantir a continuidade no seu funcionamento sem ter distração com outros temas, mesmo os políticos eleitorais”, explicou.
Ao abrir mão do governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite declarou não descartar a possibilidade de uma eventual candidatura à Presidência, mas ressaltou que respeitará o resultado das prévias, que elegeram o governador paulista João Doria para disputar o cargo. Leite, porém, ressaltou que há ainda a possibilidade de o partido optar por lançar seu nome no lugar, ou mesmo de deixar de concorrer para apoiar algum candidato do MDB ou União Brasil, com quem o PSDB está em processo para formar uma federação.
“Há uma conversa bem adiantada. (…) Há novos atores nesse processo pela qual o PSDB discutiu sua candidatura presidencial. As prévias não perdem a legitimidade, mas elas não têm exclusividade na medida em que novos atores se envolvem. E isso vai ser discutido no momento em que a política proporciona”, declarou. Leite também apontou aos discursos de João Doria em que este afirma não manter interesse em monopolizar as estratégias do partido ao redor de seu nome.
A organização de prévias para a campanha eleitoral foi a estratégia adotada pelo PSDB para conseguir o engajamento de seus diretórios na campanha presidencial, tendo em vista que a falta de adesão destes nas eleições de 2018 foi considerada um dos fatores do baixo desempenho na campanha de Geraldo Alckmin. Concluídas as prévias, porém, se percebeu que o resultado esperado não foi atingido: Doria permanece com pouco apoio nas pesquisas eleitorais, que tendem para os nomes do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Para alguns líderes do partido, promover a candidatura de Leite pode ser uma alternativa para obter o apoio desejado.
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