A agenda econômica, mais do que nunca, está atrelada à pauta ambiental. Ficou evidente no Fórum Econômico Mundial, que ocorreu na última semana, em Davos, na Suíça, a preocupação de tomadores de decisão em todo o mundo sobre como conciliar crescimento com a urgência da crise climática.
Acompanhei alguns dos inúmeros painéis sobre as medidas imediatas que devemos tomar para criar uma economia positiva para o meio ambiente e fica claro que abordar as emissões de carbono e as mudanças climáticas em fóruns como Davos é importantíssimo, mas não é suficiente. Como disse a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, é preciso agilidade para aproveitar estas oportunidades que estão surgindo desde a COP27, no Egito, realizada em 2022. É necessário que governos e empresas dediquem recursos e capital para desenvolver estratégias, construir parcerias e implementar estruturas para medir o desempenho e acompanhar o progresso. Promessas e compromissos precisam ser traduzidos em planos e ações concretas, algo que o setor de bebidas não alcoólicas se empenha e realiza há anos.
Há um benefício evidente em investir na natureza. Avançar em direção a uma economia mais positiva para o meio ambiente em áreas como agricultura regenerativa, economia florestal, meio ambiente e design de infraestrutura e circularidade de recursos pode adicionar US$ 10,1 trilhões em oportunidades de negócios e criar 400 milhões de empregos globalmente até 2030, segundo divulgou o site oficial do Fórum Econômico. Como os líderes têm defendido em Davos, uma abordagem regenerativa para nossos sistemas de alimentos, água e oceanos poderia liberar o potencial de unir crescimento econômico e sustentabilidade ambiental, especialmente entre economias emergentes e em desenvolvimento.
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Em entrevista a jornalistas em Davos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a “sustentabilidade ambiental ganhou uma dimensão na qual o Brasil tem muito a oferecer, não só de retomada de compromissos históricos de combate ao desmatamento e reforço de energia renovável, mas também na pauta do desenvolvimento. Podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade”.
O setor de não alcoólicos no país tem feito a sua parte e atuado com o Ministério do Meio Ambiente em iniciativas reconhecidas internacionalmente. Como setor, inclusive, assinamos recentemente com o ministério um protocolo de intenções para colaborar com as discussões para a elaboração do Plano Nacional de Mudança do Clima (PNMC). Para chegar lá, as fábricas têm investido em tecnologias e equipamentos para aumentar a eficiência energética nas operações.
Também lançamos no ano passado a campanha Crie Esse Hábito, fruto de acordo de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, com objetivo de auxiliar a população no descarte consciente das embalagens em casa.
E por falar em resíduos sólidos, nosso setor se destaca por ser um dos maiores usuários de embalagens recicláveis. Inclusive, juntamente com a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), assinamos, no fim do ano passado, um protocolo de intenções com o objetivo de incentivar a economia circular de embalagens em geral, em consonância com as premissas estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa parceria ajuda a promover o crescimento econômico, gerando mais renda para os catadores e suas famílias.
Além de evolução contínua das embalagens para maior reciclabilidade, nossas associadas também estão atuando na ampliação do portfólio de embalagens retornáveis, que reduzem a produção de resíduos sólidos. A redução na quantidade de água utilizada na produção de bebidas não alcoólicas é outro ponto que temos acompanhado com muita atenção, assim como a proteção da floresta amazônica, por meio de projetos, por exemplo, de produção sustentável do guaraná.
A agenda ESG está no DNA de nossas 71 empresas associadas, de norte a sul do país! Lançamos, inclusive, uma premiação para destacar e amplificar as inúmeras iniciativas das empresas, o nosso Prêmio ABIR.
É claro que muito ainda precisa ser feito. Sem dúvida, o caminho para um mundo mais sustentável passa por pragmatismo, agilidade, união e uma abordagem global e econômica. Só assim conseguiremos progredir na restauração de nosso planeta e proteger nosso futuro.
O Brasil e o mundo podem contar sempre com o setor de bebidas não alcoólicas!
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