O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em entrevista publicada pelo jornal Estado de São Paulo neste sábado (13) que pode disputar a reeleição ao governo estadual em 2022. A declaração constrasta com os movimentos recentes do governador, que vem tentando ser candidato à Presidência da República em 2022.
“Diante deste novo quadro da política brasileira, nada deve ser descartado”, disse Doria ao jornal paulista sobre tentar a reeleição.
Apesar disso, a leitura dentro do PSDB e do círculo próximo do governador é que ele ainda tem o Palácio do Planalto como prioridade e desejo principal. Um auxiliar próximo a ele ouvido pelo Congresso em Foco justifica a fala dele como uma resposta a uma pressão para ele ficar no governo estadual, mas diz que a vontade dele ainda é disputar a Presidência.
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reforça a ideia de que Doria é uma das opções do partido para a sucessão de Jair Bolsonaro.
“Ainda ontem vi total disposição do governador Doria em seguir no projeto da pré candidatura a presidente, bem como Eduardo Leite intensificou suas movimentações. Todo o gesto que podermos fazer no sentido de que não somos o dono da bola, vamos fazer, mas sem deixar de construir o fortalecimento interno com o debate das prévias”, disse o dirigente partidário neste sábado ao Congresso em Foco.
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De acordo com Araújo, até o momento são três os tucanos que demonstraram vontade de representar o partido na disputa pelo Planalto. São eles o ex-prefeito de Manaus, ex-senador e ex-ministro Arthur Virgilio (AM), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e Doria.
Publicidade“Nós temos prévias marcadas para 17/10. Até aqui com três pre-candidatos. Arthur Virgílio anunciou. Eu sempre dei entrevistas avisando que não iríamos dialogar com ‘prato feito’. O PSDB vai seguir na escolha interna e democrática de seu candidato e esse estará legitimado no processo de diálogo com outras forças políticas”, afirmou o presidente do PSDB.
É a primeira vez que a legenda faz prévias em âmbito nacional. Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves foram escolhidos candidatos a presidente por decisão unânime da legenda, sem prévias. A ideia já foi aplicada nas eleições para prefeitura de São Paulo em 2016 e para o governo paulista em 2018. Em ambas, João Doria foi escolhido candidato.
Desta vez, o processo de prévias dificulta os planos de Doria, que buscava ser escolhido o candidato do partido por aclamação e tentou assumir a presidência do PSDB para garantir isso, mas não teve sucesso. Adversários de Doria na sigla tentam fortalecer o nome de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul. O gaúcho é hoje o tucano apontado como principal adversário de Doria na disputa pela candidatura.