O novo relatório do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), apresentado nesta quinta-feira (9), revelou uma redução significativa nos índices de desmatamento nos estados que formam a Amazônia Legal. Um movimento de queda acentuada nos estados do Amazonas e Pará resultou na diminuição de mais de 22% na perda de mata nativa em 2023 se comparado ao ano anterior.
Ao longo de 2022, a Amazônia brasileira acumulou uma perda de aproximadamente 11,6 mil km² de vegetação, território que representa cerca de duas vezes o tamanho do Distrito Federal. Em 2023, a perda foi de 9 mil km², área 22,4% menor. Esse resultado é o menor índice desde 2019, quando o total foi de 10,1 mil km². No ano anterior, o total foi de 7,5 mil km².
Os estados do Pará e Amazonas puxaram as maiores quedas: o primeiro perdeu 4,162 mil km² em 2022, contra 3,272 mil km² em 2023. No segundo, a perda de vegetação passou de 2,6 mil km² para 1,55 mil km². Comparativamente, o PA permanece como o líder nos índices de desmatamento, enquanto o AM caiu da segunda para a terceira posição. Rondônia também apresentou uma queda acentuada, de 1,480 mil km² para 873 km².
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No Mato Grosso, principal polo de expansão da fronteira agrícola na Amazônia, o resultado foi contrário. O estado ocupava a terceira posição no desmatamento do bioma em 2022, com o registro de perda de 1,9 mil km². Agora ocupa o segundo lugar, tendo perdido pouco mais de 2 mil km² em 2023.
O governo atribui a queda no desmatamento na Amazônia no primeiro ano da gestão do presidente Lula a uma série de fatores, sendo o principal deles a retomada de políticas de ação e controle ambiental na região. No mês de junho, foi retomado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, desativado em 2019, prevendo uma série de medidas de sufocamento econômico aos agentes responsáveis pelo desmatamento. Também foi adotada a política de embargos remotos às propriedades que descumprem normas de preservação florestal, identificadas por meio de imagens de satélite.
A WWF Brasil também atribui a melhora nos índices à ação do governo. “Os números confirmam a eficácia dos esforços recentes de controle na devastação de florestas, provando que a vontade política de combater crimes ambientais faz diferença”, afirmaram em nota, relembrando que, na gestão anterior, Jair Bolsonaro “promoveu um desmonte ambiental sem precedentes nas instâncias federais de governança ambiental”.