No Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, o presidente Jair Bolsonaro disse que o país vive um “momento de decisão”. E afirmou que seu governo será melhor caso seja reeleito. Bolsonaro pediu aos eleitores que vejam a “vida pregressa” dos candidatos. E atacou seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
“Compare o Brasil com o que está acontecendo na América do Sul”, discursou Bolsonaro. Em países como a Argentina e o Chile, políticos de esquerda voltaram ao país. “Todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no país”. E completou: “Esse tipo de gente precisa ser extirpada da vida pública”.
Veja o discurso de Bolsonaro no Rio:
Em seu discurso no Rio de Janeiro, Bolsonaro negou a existência de corrupção em seu governo, afirmando que”três anos e meio sem corrupção é obrigação”, ignorando, portanto, todas as denúncias sobre compras de imóveis com dinheiro vivo pela sua família e os casos envolvendo pastores no Ministério da Educação, entre outros. Também reafirmou seu apoio aos empresários acusados de discutir a elaboração de um golpe de Estado em favor do presidente. Um deles, Luciano Hang, chegou a desfilar em meio à multidão pela manhã em Brasília.
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O presidente exaltou as principais políticas implementadas em seu mandato, e trouxe à tona seu posicionamento na pauta religiosa. “Nós somos um governo que sabemos que nosso Estado é laico, mas o seu presidente é cristão”, declarou. Relembrou também sua posição na pauta de costumes, contrário à descriminalização do aborto e das drogas, bem como contra o ensino de educação sexual nas escolas. Por fim, pediu votos à multidão, afirmando ter certeza de que “teremos um governo muito melhor com a nossa reeleição”.
Após o discurso do presidente Jair Bolsonaro pela manhã, o ato que se planejava em Brasília para o início da tarde acabou esvaziado. Antes do ato no Rio de Janeiro, Bolsonaro participou de uma motociata, Bolsonaro chegou ao local da manifestação, na praia de Copacabana. Acompanhavam Bolsonaro o governador do Rio, Cláudio Castro, candidato à reeleição pelo PL, os deputados Daniel Silveira (PTB-RJ) e Clarissa Garotinho (União Brasil), e o empresário Luciano Hang, que também estava com Bolsonaro em Brasília. Na motociata, Bolsonaro pilotou a motocicleta sem capacete, uma infração considerada grave e que pode imputar como sanção até a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação.
Encerrado o desfile de Sete de Setembro em Brasília, lideranças de movimentos simpáticos à campanha de Jair Bolsonaro convocaram suas militâncias para retornar à Esplanada dos Ministérios para uma manifestação em favor do presidente. O ato, porém, começa esvaziado, apenas com resquícios dos espectadores do desfile reunidos ao redor de um caminhão de som em frente ao Congresso Nacional.
A manifestação, organizada no mesmo local onde Bolsonaro discursou pela manhã, ocorre paralela à chegada do presidente em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde realizará um comício em continuidade da sua agenda de Sete de Setembro.
Veja em vídeo como foi o ato:
Em café da manhã antes de ir para a Esplanada dos Ministérios participar do desfile militar em comemoração ao bicentenário da Independência, o presidente Jair Bolsonaro citou momentos de ruptura democrática que aconteceram no Brasil e fez uma ameaça: “A história pode se repetir”.
Bolsonaro citou anos de 1922, quando houve a revolta dos 18 do Forte, na Praia de Copacabana. É exatamente para a praia de Copacabana que ele transferiu as apresentações militares no Rio de Janeiro que acontecerão esta tarde, e onde ele estará presente. Citou em seguida 1935, ano da Intentona Comunista. E o golpe militar de 1964. Incluiu, então, 2016, ano do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. E 2018, ano da sua eleição como presidente.
“Quero dizer que o brasileiro passou por momentos difíceis, a história nos mostra. Vinte e dois, 35, 16, 18 e agora. A história pode se repetir. O bem sempre vence o mal”, disse Bolsonaro.
“Imbrochável”
Ao final do desfile, Bolsonaro dirigiu-se para um carro de som posicionado no canteiro central da Esplanada dos Ministérios. E puxou um coro junto aos manifestantes: “Imbrochável”. E chamou sua mulher, Michelle, de “princesa”. No novo discurso, porém, Bolsonaro não fez novas provocações. “A vontade do povo se fará presente no dia 2 de outubro”, disse.
Veja o vídeo em que Bolsonaro puxa o coro de imbrochável (Crédito: Globo News):
Depois do discurso de Bolsonaro, os carros de som foram desligados, e há agora convocação para nova manifestação às 13h. Mas há dúvidas sobre se os manifestantes, que eram em grande quantidade pela manhã, de fato retornem à tarde. Por volta do meio-dia, eles começavam a se dispersar na Esplanada dos Ministérios. Alguns manifestantes protestaram contra Ibaneis que, embora ele seja aliado do presidente. No carro de som, um manifestante disse que Ibaneis estava “sabotando” as manifestações e chegou a ser chamado de “safado”. E pediu votos para o candidato do PTB, Coronel Moreno. Mas, apesar dos protestos, o carro de som foi desligado.
O desfile militar de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, dá início às comemorações dos 200 anos de independência, cercado de expectativas políticas quanto à participação do presidente Jair Bolsonaro e as atitudes da sua militãncia mais radical.
TV flagrou discussão de Bolsonaro com Michelle
Antes do início do desfile, a TV Brasil, emissora oficial do governo, flagrou involuntariamente o que pareceu ser uma discussão entre Bolsonaro e sua mulher, Michelle. Segundo informações, o motivo da discussão teria sido uma resistência de Michelle de participar do desfile no Rolls-Royce presidencial ao lado dele. Michelle teria argumentado que aquele era um momento dele, e não dela, e Bolsonaro discordou.
Veja abaixo o vídeo em que a TV Brasil flagra a discussão:
Bolsonaro chegou à Esplanada um pouco antes das 9h e desceu a avenida a pé cumprimentando o público. Assim que ele se posicionar no palanque oficial, o desfile se iniciará. O Congresso em Foco acompanhará todos os momentos dos vários atos previstos para este Sete de Setembro, atualizando as informações.
Como mostramos com exclusividade, a véspera das comemorações já foi marcada por tensão. O presidente queria que fosse autorizada a entrada na Esplanada de caminhões de apoiadores que viajaram para Brasília. O Exército chegou a cadastrar 60 caminhões para que ultrapassassem a barreira. Mas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, proibiu mesmo assim a passagem, embora seja aliado de Bolsonaro. São as Forças Armadas, o Comando Militar do Planalto, que organizam o desfile. Mas a segurança é responsabilidade do Governo do Distrito Federal, da Polícia Militar. Daí, a divergência quanto a cumprir ou não a ordem de liberação dos caminhões. “Quem manda na segurança sou eu”, disse Ibaneis, em mensagem pelo Whatsapp para o Congresso em Foco.
Desfile se inicia por volta das 9h30
Após Bolsonaro cumprimentar o público e se posicionar no palanque, o desfile se iniciou, com a apresentação de veteranos da Segunda Guerra Mundial.
Depois dos veteranos, começaram a desfilar máquinas agrícolas, enquanto parte do público cantava: “O Brasil é agro”. O agronegócio é um importante segmento de apoio a Jair Bolsonaro na sua tentativa de reeleição como presidente.
PT não participará de atos nesta quarta-feira (7)
Embora haja manifestações da oposição também previstas para esta quarta-feira (7), o PT está desestimulando a participação para evitar tumultos. O candidato do partido à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu ficar em casa e não participar de qualquer ato de campanha.
Bolsonaro participa de atos em Brasília, no Rio e em São Paulo
Já os bolsonaristas apostam no Sete de Setembro. Cartazes com convocação das pessoas usaram como slogan: “É agora ou nunca”. Os bolsonaristas apostam em atos expressivos como um momento de virada de Bolsonaro na campanha. Virada que não tem se verificado nas pesquisas. Levantamento feito pelo Instituto Ipec, divulgado na noite de segunda-feira (5) aponta queda de um ponto percentual de Bolsonaro com relação à rodada anterior: ele caiu de 32% para 31%. Lula manteve o mesmo percentual, de 44%.
Bolsonaro pretende discursar em Brasília, ao final do desfile militar. À tarde, às 15h, estará no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, onde planeja seu principal ato político desta quarta-feira. A praia de Copacabana tem sido o principal palco das manifestações bolsonaristas no Rio. E ele ainda entrará virtualmente, por telão, no ato planejado para a Avenida Paulista, em São Paulo.
Autoridades dos demais poderes não participam do desfile
Politizado por Bolsonaro, o desfile militar de Sete de Setembro não contou este ano com a presença de nenhuma autoridade dos demais poderes da República. Mesmo sendo aliado de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não está presente. Também não compareceu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Nem o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
Nas comemorações do bicentenário, estão presentes ao desfile autoridades de outros países de língua portuguesa. Assistem ao desfile o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló; de Cabo Verde, José Maria Neves; o secretári0-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Zacarias Albano da Costa, e o ministro da Casa Civil de Moçambique, Constantino Alberto Bacela.
O desfile de tanques e outros veículos militares é a última parte do desfile militar.
Passagem dos Dragões da Independência encerra o desfile militar, por volta das 11h. Bolsonaro desce do palanque e novamente anda pela Esplanada cumprimentando o público.
Candidatos falam do Sete de Setembro
Os candidatos à Presidência usaram as redes sociais para falar das comemorações dos 200 anos da Independência. No Twitter, Lula, candidato do PT, escreveu: “Sete de Setembro deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil. Infelizmente, não é o que acontece hoje”.
200 anos de independência hoje. 7 de setembro deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil. Infelizmente, não é o que acontece hoje. Tenho fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia. Bom dia.
🎥: @ricardostuckert pic.twitter.com/52gk00b2Ht
— Lula 13 (@LulaOficial) September 7, 2022
Tanbém no Twitter, o candidato do PDT, Ciro Gomes, pediu que “Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade.
Viva o 7 de Setembro! E que Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade – neste dia ou em qualquer momento da nossa história. Vamos em frente, com a mais profunda esperança de que encontraremos, juntos, um novo caminho. pic.twitter.com/N9YD3AJEyu
— Ciro Gomes 12 (@cirogomes) September 7, 2022
Simone Tebet, do MDB, disse que, 200 anos depois, a independência, “ainda é um sonho a ser construído.
Às margens do rio Ipiranga, nascia um sonho de liberdade. De um novo Brasil, independente, de todos e para todos. 200 anos se passaram, e vemos que a independência ainda é um sonho a ser atingido. Um país, para ser independente, precisa garantir cidadania ao seu povo. +
— Simone Tebet (@simonetebetbr) September 7, 2022
Soraya Thronicke, do União Brasil, criticou o uso político das comemorações.
Não podemos admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança. Nem que façam do Dia da Independência uma data eleitoreira. A bandeira é nossa! #SorayaPresidente pic.twitter.com/kvvNWHKasp
— SorayaPresidente (@SorayaThronicke) September 7, 2022
Ao final do desfile, Bolsonaro discursa em carro de som
Terminado o desfile militar, Bolsonaro subiu em um carro de som, estacionado no canteiro central da Esplanada dos Ministérios para discursar para o público.