Em entrevista ao Congresso em Foco, a candidata a vice-prefeita da cidade de São Paulo, Luiza Erundina (Psol), afirmou que o crescimento de Guilherme Boulos (Psol) na corrida à prefeitura da capital é uma forma da população “influir politicamente ao que está acontecendo no Brasil”.
Para ela, a ascensão do Psol na capital paulista e em outras capitais do país sinaliza uma resposta do eleitorado à política do presidente Jair Bolsonaro, classificada pela candidata como “autoritarista” e “obscurantista”. “Se a gente ganha em São Paulo, é um ponto de resistência ao que está acontecendo no Brasil”, afirma.
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A deputada federal afirmou que o país está vivendo um momento de retrocesso e de perda de conquistas e que para reagir “não dá para esperar 2022.” Segundo ela, o presidente Jair Bolsonaro “não incorporou a importância e a responsabilidade do cargo”.
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Erundina analisa também que a cidade de São Paulo é “poderosa”, sendo uma economia importante e que recebe um dos maiores orçamentos do país e que se houver uma “inversão de prioridades” direcionada para “combater as desigualdades enormes que existem”, pode ser a solução para atenuar e enfrentar “as sequelas e os efeitos da pandemia”.
A candidata avalia o desempenho de Boulos como de “superação”, num contexto em que o tempo de campanha eleitoral do candidato na televisão era de 17 segundos e sem realização de debate pelas emissoras por conta da pandemia de covid-19.
PublicidadeEla atribui como decisivo o voto do eleitorado mais jovem para o presente resultado. Segundo ela, 27% dos votos foram de eleitores entre 18 e 24.
Diante do “desalento” e “desencanto” com a política, Luiza Erundina aponta como significativa a participação do eleitorado mais jovem.
“A juventude tá de novo se interessando por política, se engajando, tá participando, por tudo isso, é significativo do que existia ou existe hoje, o desencanto, o desalento, a desesperança, frustração, a falta de perspectiva. Então de repente, emerge uma proposta de esperança que pode fazer a diferença e pode conduzir a população junto com ele [Guilherme Boulos], num processo radicalmente democrático, com participação popular, inclusive, como foi feito no nosso governo e isso pode mudar o panorama não só de São Paulo, mas a partir daqui, e começar um novo tempo no Brasil.”
Segundo a pesquisa do Ibope de boca de urna, o candidato do Psol deve seguir para o segundo turno na capital paulista, enfrentando o prefeito Bruno Covas (PSDB). Covas lidera com 33%, segundo o Ibope, atrás dele, vem Guilherme Boulos com 25%.
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