As eleições de 2010 ficarão marcadas pelo fracasso de tradicionais líderes políticos do Senado, como Arthur Virgílio (PSDB-AM), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Embora também tenham ocorrido alguns insucessos na Câmara, a regra não se repetiu da mesma forma entre os deputados. De maneira geral, os deputados tiveram mais sucesso nas urnas do que os senadores. Dos 473 integrantes da Câmara que disputaram a eleição, 310 (65,5%) saíram vitoriosos das urnas. No Senado, o aproveitamento foi menor: 26 dos 51 senadores foram reeleitos ou eleitos para outro cargo. Um senador e outros sete deputados ainda seguem vivos na disputa em segundo turno. Entre os 594 parlamentares, apenas 69 (40 deputados e 29 senadores) não concorreram a algum mandato nestas eleições.
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O índice de reeleição na Câmara também foi superior ao do Senado. Dos 406 deputados que tentaram renovar o mandato, 286 (70,4%) foram reeleitos. Somente 17 (60,7%) dos 28 senadores candidatos à reeleição alcançaram o objetivo. Entre os senadores derrotados, figuras que pareciam imbatíveis nas urnas até recentemente, como Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do partido na Casa há sete anos; o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati (CE); o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI); seu antecessor no cargo, Efraim Morais (DEM-PB), e o ex-vice-presidente da República Marco Maciel (DEM-PE).
Deputados que viraram senadores
Depois da reeleição, o melhor aproveitamento dos deputados foi na corrida por uma vaga ao Senado. Dos 34 que concorreram, 16 conseguiram trocar o Salão Verde pelo Salão Azul. Os eleitores de três estados entregaram as duas vagas de senador em disputa aos seguintes deputados: Lídice da Mata (PSB) e Walter Pinheiro, na Bahia; Eunício de Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), no Ceará, e Vital do Rêgo Filho (PMDB) e Wilson Santiago (PMDB), na Paraíba. Santiago ainda corre risco de perder a vaga caso o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), o segundo mais votado, reverta o indeferimento de sua candidatura pela Justiça eleitoral.
PublicidadeO pior desempenho dos deputados foi na disputa para governador. Nenhum dos nove integrantes da Câmara que tentaram o governo de seus estados se elegeu ou avançou ao segundo turno. Quatro senadores se elegeram governadores – Tião Viana (PT), no Acre; Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo; Rosalba Ciarlini (DEM), no Rio Grande do Norte, e Raimundo Colombo (DEM), em Santa Catarina. Mas esse número ainda pode aumentar caso Marconi Perillo (PSDB-GO) vença a disputa em Goiás.
Mais exitosos foram os deputados que concorreram a vice-governador: dos oito que disputaram, cinco estão no segundo turno e um foi eleito (o peemedebista Jackson Barreto, em Sergipe). Os dois deputados que disputaram como candidatos a vice-presidente também seguem na disputa: Michel Temer (PMDB-SP), da chapa de Dilma Rousseff (PT), e Índio da Costa (DEM-RJ), vice de José Serra (PSDB).
Alguns parlamentares se deram mal mesmo tentando voos eleitorais modestos. Apenas quatro dos 12 deputados que concorreram a deputado estadual conseguiram se eleger: Olavo Calheiros (PMDB-AL), Elismar Prado (PT-MG), Wilson Braga (PMDB-PB) e Freire Júnior (PSDB-TO). A senadora Patrícia Saboya (PDT-CE) também conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa de seu estado; a mesma sorte não teve o senador José Nery (Psol-PA).
Um grupo de parlamentares ainda aguarda pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a validade ou não da Lei da Ficha Limpa nestas eleições. Entre eles, deputados com a candidatura indeferida pela Justiça eleitoral com base na nova lei, mas que tiveram votação suficiente para se reeleger, como Paulo Maluf (PP-SP), Janete Capiberibe (PSB-AP), Pedro Henry (PP-MT), Natan Donadon (PMDB-RO) e João Pizzolatti (PP-SC). A mesma expectativa vive o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), segundo mais votado no Pará na disputa ao Senado. O julgamento do recurso dele contra a aplicação da Ficha Limpa está previsto para a próxima quarta-feira. Outros parlamentares, mesmo conseguindo reverter a decisão na Justiça, não terão chance de alcançar novo mandato porque tiveram baixa votação, como os deputados Zé Gerardo (PMDB-CE) e Tatico (PTB-GO).
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