As duas manifestações de servidores públicos realizadas em Brasília nesta terça-feira (18) contaram com a participação não apenas de líderes sindicais e funcionários atingidos pelo congelamento salarial previsto no Orçamento de 2022, como também de deputados federais tanto em apoio à causa dos sindicatos quanto em oposição à gestão econômica de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro.
Entre eles estava o deputado Israel Batista (PV-DF). O parlamentar, que costuma atuar junto à pauta do funcionalismo, defende que a falta de reajustes salariais para servidores públicos afeta a economia como um todo, devendo haver maior atenção da sociedade na causa. “A perda do poder de compra dos servidores afeta outros ramos da economia no setor privado. Um servidor que perde um terço de seu poder de compra significa um lojista perdendo um terço do consumo de parte de seus consumidores”, exemplificou em conversa com o Congresso em Foco.
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Esse efeito colateral da falta de reajustes salariais aos servidores, porém, não afeta os interesses orçamentários do governo, na visão do parlamentar. “O governo busca liberar recursos para garantir o apoio do mercado financeiro, para garantir a possibilidade de negociar com partidos políticos para que estejam próximos, para garantir o apoio de parlamentares no Congresso Nacional por meio de emendas parlamentares bilionárias”, apontou.
Outro parlamentar presente na manifestação foi o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG). À reportagem, ele também destacou a importância econômica do reajuste. “Um país só retoma o crescimento se tiver salários dignos e serviço com qualidade. Então todo esse prejuízo na retomada dos salários dificulta até mesmo a possibilidade da economia voltar a crescer. Isso não apenas para servidores públicos como privados também”, apontou.
O deputado defende que todas as categorias do serviço público recebam reajustes em 2022, e não apenas policiais federais, como defendeu o governo federal. Pela bancada do PT, o parlamentar anunciou já ter protocolado o pedido de convocação da Comissão Representativa do Congresso Nacional para colocar em pauta as reivindicações dos servidores públicos.
Outra na manifestação foi a deputada Erika Kokay (PT-DF), que atacou a forma com que a categoria é tratada pelos ministros de Jair Bolsonaro. “Nós temos um governo que acha que servidor público é inimigo da nação. (…) Temos um governo que pensa que é uma dinastia, em que o Estado tem que estar à serviço da proteção do próprio presidente da república”, declarou em seu discurso.
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