Dos 78 nomes citados no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou desmandos do governo Bolsonaro durante a pandemia da Covid, 20 serão candidatos a cargos eletivos neste ano. O levantamento é do jornal O Globo.
A lista abrange candidatos a praticamente todos os cargos públicos em disputa neste ano.
Desde a presidência da República, como é o caso do presidente Jair Bolsonaro (PL) que disputa a reeleição, e Roberto Jefferson (PTB) que também se lançou o seu nome na corrida ao cargo, até deputados estaduais.
O candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, Walter Braga Neto (PL), também integra o grupo.
Dois nomes disputam governo estaduais. Onyx Lorenzoni (PL), que foi ministro da Cidadania, da Casa Civil, do Trabalho e da Previdência e da Secretária-geral da Presidência – todos cargos ocupados durante a gestão Bolsonaro -concorre ao comando do estado do Rio Grande do Sul. Junto dele está Wilson Lima (União Brasil), que disputa a reeleição no Amazonas.
Leia também
Já o personagem mais recorrente nos depoimentos da CPI, depois do presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, tenta uma vaga de deputado federal pelo Rio de Janeiro. Ele concorre pelo PL.
Pazuello chefiou a Saúde nos momentos mais críticos da pandemia e contra ele pesam sete acusações de crimes no relatório final da CPI.
Ao lado de nomes que tentam a reeleição ou já compõem o governo, estão estreantes como Mayra Ferreira, a Capitã Cloroquina, e Nise Yamaguchi.
Mayra se filiou ao PL do Ceará e tenta o cargo de deputada estadual. Já Nise Yamaguchi concorre a deputada federal por São Paulo.
Ambas atuaram em defesa do tratamento precoce e promoveram ataques à política de vacinação durante os picos de morte pela covid registrados no Brasil.
Confira a lista:
Jair Bolsonaro – candidato a presidente da República. Dentre as acusações presentes no relatório final da CPI estão charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento, emprego irregular de verbas públicas, crime contra a humanidade
Walter Braga Neto – candidato a vice-presidente da República. Acusação contra ele é de epidemia com resultado de morte
Eduardo Pazuello – candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro. Dentre as acusações contra ele estão emprego irregular de verbas públicas, prevaricação, comunicação falsa de crime, crimes contra a humanidade.
Onyx Lorenzoni – candidato ao governo de Rio Grande do Sul. Foi acusado de incitação ao crime e crimes contra a humanidade.
Wilson Lima – candidato à reeleição ao governo do Amazonas. Acusações contra ele prevaricação e epidemia com resultado morte.
Ricardo Barros – candidato à reeleição como deputado federal pelo Paraná. Acusado de incitação ao crime e advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa.
Eduardo Bolsonaro – candidato à reeleição como deputado federal por São Paulo. Incitação ao crime.
Bia Kicis – candidata à reeleição como deputada federal pelo Distrito Federal. Incitação ao crime.
Carla Zambelli – candidata à reeleição como deputada federal por São Paulo. Incitação ao crime.
Osmar Terra – candidato à reeleição como deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Epidemia com resultado morte e incitação ao crime.
Carlos Jordy – candidato à reeleição como deputado federal pelo Rio de Janeiro. Incitação ao crime.
Nise Yamaguchi – candidata a deputada federal por São Paulo. Epidemia com resultado morte.
Arthur Weintraub – candidato a deputado federal por São Paulo . Epidemia com resultado morte.
Mayra Pinheiro, conhecida como Capitã Cloroquina – candidata a deputada estadual pelo Ceará. Epidemia com resultado morte e crimes contra a humanidade.
Paulo Eneas – candidato a deputado estadual por São Paulo. Incitação ao crime sob acusação de disseminar fake news.
Otávio Fakhoury – candidato à suplência do senado pelo Amapá. Incitação ao crime sob acusação de disseminar fake news.
Oswaldo Eustáquio – candidato a deputado federal pelo Paraná. Incitação ao crime sob acusação de disseminar fake news.
Tércio Arnaud – candidato à suplência do Senado pela Paraíba. Incitação ao crime.
Roberto Jefferson – candidato à presidência da República. Incitação ao crime sob acusação de disseminar fake news.
Amilton Gomes de Paula, conhecido como Reverendo Amilton – candidato a deputado distrital. Acusado de tráfico de influência.