Na quinta-feira (7), o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA) lembrava-se de um episódio da Assembleia Nacional Constituinte, que aconteceu entre 1987 e 1988. Um grupo de sindicalistas forçou a barra para subir até as galerias do plenário da Câmara.
Rocha recorda-se que parlamentares do campo conservador à época criticaram o fato e começaram a discursar exigindo dos seguranças – que ainda não tinham, como hoje, o nome de Polícia Legislativa – que tirassem os sindicalistas, nem que fosse à força. Um desses parlamentares tentava exibir um volume dentro do paletó, indicando que talvez estivesse armado. Um dos sindicalistas esquentou-se com a situação, arrancou a sandália que calçava e a atirou na direção do parlamentar, lembra Paulo Rocha às gargalhadas.
No momento em que o senador contava essa história, a entrada principal do Congresso Nacional estava completamente vedada. Cercas de metal circundavam toda a área a partir do gramado, impedindo mesmo o acesso de carros à rampa que leva à entrada principal da Câmara e do Senado, apelidada de Chapelaria. Uma medida de segurança determinada sob o pretexto de que grupos indígenas estavam acampados em Brasília em grande número e fariam uma manifestação. A foto acima mostra claramente como a via estava interrompida. E o pequeno amontado de indígenas que havia na frente do Congresso somente alguns minutos antes da conversa em que Paulo Rocha recordou esse episódio.
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É claro que ninguém recomenda como atitude aceitável se atirar uma sandália na direção de um parlamentar. Mas a comparação entre os dois episódios parece mesmo demonstrar que, nesse intervalo de 34 ou 35 anos, houve uma degradação preocupante dos mecanismos democráticos do país.
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