Vista como confusa por especialistas, a PEC da reforma política deve ir para votação do Plenário da Câmara nesta quinta (11). De acordo com a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) há consenso para apreciação da matéria que altera a legislação eleitoral permitindo o voto distrital e o retorno das coligações. Esses sistemas são antagônicos.
Relatora da matéria, Renata Abreu afirmou que a proposta, aprovada por 22 votos a 11 na comissão especial, é um texto que traz avanços. “Sobre o sistema eleitoral, como não houve acordo, foi o possível, colocando os dois textos passíveis de acordo para vir para Plenário e se decidir aqui”, disse.
A PEC propõe que, no voto preferencial, ou o chamado distritão, o eleitor escolha cinco candidatos a cargos eletivos por ordem de preferência. Os votos seriam contados a partir desta ordem, assim como tentou o partido Democrata dos EUA ao escolher o candidato a prefeito de Nova York este ano. A eleição de lá foi considerada confusa e demorada, com diversas recontagens a cada eliminação de candidatos.
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Isso não acontecerá no Brasil, buscou garantir Renata Abreu que defende o voto distrital. “Lá [em Nova York] não tem limitação de ranqueamento, então já é mais demorado”, argumenta, antes de lembrar um fato muito relevante, diante da polêmica que se instalou no país e que foi resolvida com a rejeição na noite de terça-feira (10) da PEC do voto impresso: “e lá o voto é impresso, então de fato com uma contagem manual.”
O voto preferencial não teria dificuldade em ser assimilado. “Na verdade, o eleitor já vota em vários. Você imagina que hoje ele volta para prefeito, para vereador. Na eleição nacional, ele vota em dois senadores, num presidente da República, num deputado federal, num deputado estadual. Então, na prática, não vejo dificuldade”, disse. “Ainda mais com uma urna eletrônica tendo a carinha de cada um para ele escolher qual é a primeira opção, a segunda opção, etc, no voto eletrônico.”
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