A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou nesta sexta-feira (8) a revisão da projeção do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2022. Enquanto a versão anterior do levantamento previa um crescimento de 0,9%, a nova antecipa um crescimento de 1,4% em relação ao ano anterior. Apesar de apontar para uma possível melhora em relação à última projeção, esse índice ainda fica pouco mais de três pontos percentuais abaixo dos 4,6% alcançados em 2021, apontado para tendência de estagflação, fenômeno também identificado nos índices do Banco Mundial.
A projeção anterior foi realizada no mês de abril, mas apresentou melhora principalmente por conta da mudança no desempenho do mercado de trabalho. “Basicamente, o comportamento do mercado de trabalho tem sido muito positivo. Está mais do que superando os efeitos adversos da taxa de juros, que está aumentando, do aumento da inflação e da crise de abastecimento de insumos. Então nesse balanço, (…) o mercado de trabalho tem sido mais relevante”, afirma Mário Sério Telles, gerente-executivo de economia da CNI.
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Além do mercado de trabalho, outros fatores de curto prazo também levaram a CNI a levantar a projeção: a liberação dos saques emergenciais do FGTS, o aumento no número de transferências diretas de renda decorrentes do Pix, o adiantamento dos 13ºs salários de aposentados e pensionistas e a recente retomada dos pagamentos de abono salarial.
Apesar da projeção de melhora no PIB, a CNI antecipa uma piora na inflação anual, ajustando de 6,3% para 7,6% a expectativa de encerramento do índice IPCA para 2022. Os juros também possuem expectativa de aumento, com previsão de um novo aumento da taxa Selic no mês de agosto. Com isso, a confederação considera que a taxa deverá chegar dos 13,25% anuais para 13,75% até o fim do ano.
No setor industrial, a projeção é de crescimento mais tímido do que o PIB: a previsão, que em abril era de queda de 0,2%, passa para uma um crescimento de 0,2%. Na agropecuária a mudança já foi mais próxima a economia como um todo: a projeção de um ano sem crescimento passa para alta de 1,3%. A agricultura nos estados do sul e mais o MS sofre com secas desde o final de 2021, o que atinge o desempenho do setor como um todo.