O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, reafirmou ter avisado ao ex-presidente Lula sobre casos de corrupção ainda durante o governo do petista.
Ciro foi o primeiro candidato a participar da série de sabatinas com presidenciáveis realizadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. O pedetista foi entrevistado por cerca de 30 minutos, na edição desta segunda-feira (27) do telejornal.
A entrevista começou às 20h30, quando o apresentador do jornal William Bonner explicou as regras das sabatinas, que terão a participação também de Jair Bolsonaro (PSL), na terça-feira (28), Geraldo Alckmin (PSDB), na quarta (29), e Marina Silva (Rede), na quinta (30).
Ao lado de Renata Vasconcellos, o apresentador questionou o candidato sobre o tema do combate à corrupção e a Lava Jato e declarações controversas de Ciro, como quando ele disse que receberia “a turma do Moro na bala”, ou quando afirmou que se eleito colocaria o Ministério Público de volta “na caixinha”.
Ciro disse defender a Lava Jato, mas cobrou equilíbrio e apontou que há políticos do PT e do MDB presos, mas nenhum do PSDB.
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O candidato se mostrou surpreendido quando perguntado sobre o apoio ao presidente do PDT, Carlos Lupi. O apresentador do Jornal Nacional afirmou que Lupi é réu e perguntou se Ciro não se contradiz ao dizer que o político fará parte de seu governo, ao mesmo tempo que critica o presidente Michel Temer se aliar a políticos réus.
A surpresa de Ciro foi o desconhecimento sobre a condição de réu de Lupi, o que Bonner assegurou. O candidato, mesmo assim, disse confiar cegamente no correligionário. Lupi é réu em uma ação cível na Justiça Federal do Distrito Federal, por improbidade administrativa.
Quando perguntado sobre uma declaração antiga de que, ainda ministro, avisou o então presidente Lula sobre esquemas de corrupção no governo, e que o petista não fez nada, Ciro reafirmou o que disse.
Os apresentadores quiseram saber por que o pedetista não fez uma denúncia. Ciro respondeu que o ônus da prova cabe a quem denuncia, e que ele não tinha como provar.
Outro ponto de insistência dos apresentadores foi em relação à proposta de Ciro para limpar o nome dos endividados. Bonner quis saber se isso não poderia ser interpretado pelos eleitores como a busca por votos em troca de favores. Ciro negou e reforçou sua proposta.
O candidato também teve de responder se havia contradição em disputar um eleitorado de centro-esquerda tendo como vice a senadora Kátia Abreu (PDT), conhecida por seu posicionamento a favor do agronegócio, do porte de armas e de pautas menos relacionadas ao campo de esquerda.
O candidato encerrou sua participação no Jornal Nacional falando em Deus: “Que abençoe esta grande nação”.