Nem só de fogo vive, ou morre, o cerrado brasileiro. Localizado no Noroeste mineiro, o pequeno município de Arinos, com cerca de 17 mil habitantes, recebe a partir desta quinta-feira (19) e até sábado (21) a oitava edição do CineBaru, uma mostra de cinema criada para incentivar e divulgar a produção audiovisual de Minas Gerais e de outras três unidades federativas neste momento castigadas por incêndios causados pela ação humana criminosa: Goiás, Distrito Federal e Bahia.
Já falei aqui do talento dos mineiros para inovar com charme e comida boa. Pelo visto, o CineBaru segue essa irresistível trilha. Em uma vila denominada Sagarana, nome do famoso livro do escritor Guimarães Rosa, o campo de futebol se faz espaço de exibição cinematográfica, tomado por cadeiras de bambu.
A produtora Simone Veloso, uma das idealizadoras do projeto, conta que o CineBaru já exibiu mais de 200 filmes desde 2017. Neste ano, serão 29 curtas (de até 30 minutos). O evento também inclui oficinas, debates e, pela primeira vez, a seleção de cinco longas que serão produzidos com o apoio dos organizadores da mostra.
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Simone define o CineBaru como “um espaço de resistência cultural que celebra a diversidade e as tradições do cerrado por meio do cinema”. Além de trabalhar pela descentralização e interiorização da cultura, o projeto, explicam seus organizadores, “busca trazer um olhar sensível” para a região a que se destina, com foco sobretudo “nas questões ligadas ao meio ambiente” e na exploração dos meios pelos quais “a emergência climática afeta os modos de vida de todos, em distintas proporções”.
Baru, se você não sabe, é uma castanha típica do cerrado saborosíssima e excelente para a saúde. Com propriedades antioxidantes, é rica em ferro, vitamina E, zinco, potássio, cálcio, fósforo, magnésio e ácidos graxos. Achou pouco? Tem mais. Ajuda a reduzir o colesterol, a prevenir doenças doenças cardiovasculares e a diminuir os riscos de Alzheimer, diabetes, obesidade e câncer.
Pois é. Se a deixarem viva, a natureza é capaz de operar milagres.
PublicidadeMais informações sobre o CineBaru aqui e neste vídeo:
Hora de rever as políticas de incentivo ao setor audiovisual