A disputa acirrada entre as duas ex-ministras de Jair Bolsonaro pela vaga ao Senado no Distrito Federal gerou uma onda em grupos de esquerda de possível voto útil na ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda, candidata do PL, para derrotar a ex-ministra da Mulher, Damares Alves, candidata do Republicanos. A onda prejudica a campanha da candidata do PT, Rosilene Corrêa, que, em vídeo, reagiu à possibilidade.
De acordo com a última rodada da pesquisa do Ipec, divulgada na terça-feira (27), Flávia Arruda e Damares Alves estão rigorosamente empatadas no primeiro lugar, ambas com 28%. As duas protagonizam grossa troca de acusações e baixarias, como mostrou o Congresso em Foco. Em terceiro lugar, vem Rosilene, com 12%.
Nas rodadas anteriores da pesquisa, Flávia aparece à frente de Damares, que foi se aproximando até empatar. Rosilene, com relação à pesquisa anterior, caiu um ponto. Tal situação vem gerando discussões em grupos de esquerda no sentido de votar em Flávia para derrotar Damares. O raciocínio é que Flávia Arruda seria uma representante de grupos mais pragmáticos e menos extremistas de direita, como Damares. Ela seria um tipo de político com o qual o candidato do PT à Presidência, que lidera as pesquisas para presidente, já lidou no passado e com o qual poderia vir a dialogar. Já Damares é alguém ideologicamente de extrema-direita, portanto uma adversária de fato.
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Diante da distância de Rosilene para as duas, a poucos dias da eleição, o raciocínio ganhou força. O que levou Rosilene a gravar um vídeo reagindo à possibilidade. “Vocês vão mesmo eleger uma bolsonarista?”, pergunta Rosilene no vídeo. “É isso mesmo que vocês estão pensando em fazer?”.
Veja o vídeo de Rosilene Corrêa:
A candidata do PT ao Senado argumenta que, no caso, a opção que se cogita é entre duas aliadas do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL (aliás, o mesmo partido de Flávia Arruda). “Deus nos livre, que todos os anjos nos livrem, de todas elas”, reage Rosilene. “Se vocês estão decididos a votar em mim, é porque querem mudar a política brasileira”, argumenta. “Nesse sentido, eu preciso que você me ajude. Vamos, sim, virar esse jogo. Não seja você a fortalecer esse jogo, alguém que será inimigo do presidente Lula, que será inimigo do trabalhador”.