Durante a manifestação convocada pelo pastor Silas Malafaia em defesa do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou retomando o discurso adotado em 2022 para atacar as urnas eletrônicas. O antigo chefe de governo também acusou Moraes de fraudar as eleições daquele ano, período em que o magistrado presidia o TSE.
Bolsonaro abriu seu discurso relembrando o inquérito aberto pela Polícia Federal (PF) em 2018 para investigar um suposto ataque ao site do TSE, e cujo resultado foi de que a invasão não conseguiu interferir no resultado das urnas. Em 2022, o então presidente da república convocou embaixadores a uma reunião transmitida ao vivo no Palácio da Alvorada para, com base no inquérito, deslegitimar o sistema de votação eletrônica. A reunião serviu como base em sua primeira condenação de inelegibilidade, resultante de uma ação aberta pelo PDT, por abuso de poder político e uso indevido dos meios oficiais de comunicação.
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Ele retomou o discurso de negação da vitória eleitoral do presidente Lula nas eleições de 2022, com base no comportamento de sua militância. “Em qualquer lugar do Brasil que eu vá, (…) o povo nos trata muito bem. Nós podemos ver um dia o time de futebol ser campeão sem torcida. Mas presidente sem povo é a primeira vez que estamos assistindo na história do Brasil”.
No ato, Bolsonaro ainda relembrou sua recusa em comparecer na posse presidencial, saindo do país dois dias antes e se hospedando nos Estados Unidos. “Falaram que eu deveria passar a faixa para aquele cara. Eu não passo a faixa pra ladrão. (…) As eleições de 2022 (…) foram totalmente conduzidas de forma parcial pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes”.
O discurso também contou com comentários sobre outra apuração que trouxe problemas para Jair Bolsonaro na Justiça: a descoberta pela PF de duas cópias, uma na sede nacional do PL e outra na casa do ex-ministro Anderson Torres, de uma minuta com declaração de Estado de Defesa e ordens aos comandantes das Forças Armadas para revogar o resultado das eleições de 2022, prender preventivamente Alexandre de Moraes e intervir no TSE.
“Eles não estavam roubando mais. Se uniram e começaram o velho discurso de que eu queria dar um golpe de Estado. Um golpe de Estado usando dispositivos da nossa constituição”, disse.
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