Após o ex-ministro Sérgio Moro (União) declarar apoio ao presidente no segundo turno, Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta terça-feira (4), em Brasília, que as diferenças entre ele e o ex-juiz estão superadas. Aos jornalistas, Bolsonaro chegou, inclusive, a elogiar Sérgio Moro.
“Está superado tudo e daqui para frente é um novo relacionamento. Ele pensa, obviamente, no Brasil e quer fazer um bom trabalho para o seu país e para o seu estado”, disse Bolsonaro no Palácio do Planalto. “O passado é do passado, não tem contas a ajustar. Temos que cada vez mais nos entendermos para melhor servir nossa pátria”, completou.
Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro.
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Publicidade— Sergio Moro (@SF_Moro) October 4, 2022
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Eleito senador pelo Paraná nestas eleições, Moro chegou a se beneficiar com votos de bolsonaristas no estado. “Telefonei [para Sérgio Moro], conversarmos. Não tem retratação. Conversa tranquila. Somos pessoas que sabem da responsabilidade com a sua pátria. Sabemos muito bem do risco que o Brasil corre com a volta da esquerda”, afirmou Bolsonaro.
Publicidade“Erramos. Pedimos desculpas. Não temos compromisso com o erro. E nós vamos evoluindo. Tenho certeza que o Sergio Moro será um grande senador aqui em Brasília, assim como o senhor Dallagnol [ex-procurador da Lava Jato]”, disse Bolsonaro, afirmando ainda que chamou Bolsonaro para um almoço em Brasília. O encontro é para reforçar o palanque do governo no segundo turno.
Saída conturbada do governo
Sérgio Moro chegou a ser ministro da Justiça no governo Bolsonaro, mas deixou o cargo depois de 1 ano e 3 meses. Ele deixou o governo em abril de 2020 numa coletiva de imprensa fazendo diversas críticas ao presidente, entre elas, a tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF). Sérgio Moro saiu logo após a exoneração do então diretor da PF, Maurício Valeixo.
“O problema não é a troca, mas é permitir que seja feita a interferência política no âmbito da Polícia Federal”, justificou Moro sobre a saída. O ex-ministro afirmou ainda que Bolsonaro o informou que tinha “preocupações com investigações” feitas pelo órgão.
“O presidente queria alguém que ele pudesse ligar, colher informações, relatório de inteligência. Seja o diretor, seja o superintendente. E, realmente, não é o papel da Polícia Federal se prestar a esse tipo de função”, disse Moro na ocasião. O ex-ministro chegou a ensaiar uma candidatura à Presidência como adversário de Bolsonaro, mas encontrou dificuldades no Podemos e depois no União Brasil, onde atualmente se encontra.
Depois da saída do governo, Moro chegou a ser um dos alvos favoritos do presidente Bolsonaro e de sua militância. Bolsonaro chegou a afirmar que o ex-ministro tinha saído pela “porta dos fundos do governo”, além de outros xingamentos. Um dos motivos da saída do ministro também seria uma vaga para ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).