O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento à Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (26). Bolsonaro será ouvido no inquérito que investiga os atos golpistas do dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento foi determinado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que atendeu um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Bolsonaro será ouvido após ter compartilhado no dia 11 de janeiro um post com informações falsas e ataques ao sistema eleitoral. No vídeo compartilhado pelo presidente durante a madrugada, um procurador do Mato Grosso do Sul divulgou teses já desmentidas sobre as eleições de outubro de 2022, quando Bolsonaro perdeu a disputa do segundo turno para o presidente Lula (PT).
A publicação ficou no ar por cerca de duas horas e foi apagada em seguida. O questionamento sobre as eleições foi a principal pauta do movimento que organizou os atos golpistas, cujos participantes já se organizavam desde o momento do anúncio do resultado do segundo turno. Na avaliação dos investigadores, a publicação compartilhada três dias após os atos golpistas ligaria o ex-presidente aos atos do dia 8 de janeiro. O post seria um sinal de que Bolsonaro poderia ter estimulado a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
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A PGR solicitou o depoimento quando o ex-presidente ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por três meses após deixar a presidência. Assim que retornou ao Brasil, no dia 30 de março, Moraes determinou que o depoimento fosse marcado.
“Determino à Polícia Federal que proceda à oitiva de Jair Messias Bolsonaro, no prazo máximo de 10 dias, devendo a PGR ser previamente avisada do dia agendado para, se entender necessário, acompanhar a oitiva”, determinou o Ministro. “A oitiva de Jair Messias Bolsonaro, nos termos indicados pelo Ministério Público, é medida indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados”, completou.
Bolsonaro responde, nesse processo, por terrorismo, associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado, além das respectivas formas de incitação.
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