O presidente Jair Bolsonaro definiu seu palanque em Minas Gerais nesta terça-feira (2), ao confirmar a candidatura do senador Carlos Viana (PL) ao governo do estado. Bolsonaro postulava o apoio do governador Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição. Nesse caso, o senador abriria mão da disputa. Mas não houve acordo com Zema, que reluta em declarar apoio à reeleição do presidente e deverá formar chapa-pura, tendo o seu ex-secretário de governo Mateus Simão, também do Novo, como vice.
No segundo maior colégio eleitoral do país, o ex-presidente Lula lidera com 20 pontos percentuais de vantagem sobre Bolsonaro. Nenhum presidente venceu as eleições sem ganhar em Minas Gerais. O grupo de Bolsonaro avalia que, lançando Viana, mesmo o senador aparecendo com baixos índices de intenção de votos nas pesquisas, aumentam as chances de haver segundo turno no estado, o que poderia forçar uma aproximação de Zema com Bolsonaro em uma eventual rodada final de votação.
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O atual governador tem procurado manter distância do presidente com receio de atrair a alta rejeição de Bolsonaro no estado. Ele afirma que apoia o candidato de seu partido ao Palácio do Planalto, Felipe D’Ávila (Novo).
A decisão sobre a candidatura de Viana foi tomada em um encontro no Palácio do Planalto, com a presença do senador, de Bolsonaro, do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, do senador Flávio Bolsonaro, e dos presidentes regionais do União Brasil, deputado Marcelo Freitas, do Republicanos, deputado Gilberto Abramo, e do PSC, deputado Euclydes Pettersen, que participou por teleconferência.
“Nós avaliamos o cenário atual em Minas Gerais e os caminhos que temos para garantir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Ficou decidido que a minha candidatura será mantida. O vice virá do União Brasil e a chapa terá como candidato a senador o deputado Cleitinho, do PSC. O Republicanos também integrará a chapa. O presidente Bolsonaro deixou claro que o principal objetivo é mostramos o quanto já foi feito por Minas e apresentarmos os planos que temos para melhorar a vida dos mineiros no futuro”, explicou o senador Carlos Viana, sem adiantar os nomes do União e do Republicanos que integrarão sua chapa.
A candidatura de Viana deverá ser lançada oficialmente na próxima sexta-feira (5) durante viagem de Bolsonaro a Montes Claros, no norte do estado. Em Minas Gerais, Lula terá o palanque do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que terá o petista André Quintão como vice. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que assumiu como suplente de Antonio Anastasia, tenta a reeleição pela chapa.
PublicidadeZema tentou atrair o Cidadania para sua chapa, entregando o cargo de vice ao radialista Eduardo Costa, um dos comunicadores mais conhecidos do estado. Em vídeo gravado nessa segunda-feira, Eduardo disse que havia desistido de concorrer e que voltaria ao rádio por não aceitar aliança com o deputado Aécio Neves (PSDB).
Para que ele pudesse concorrer, os tucanos teriam de retirar a candidatura do ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) ao governo. Cidadania e PSDB aprovaram uma federação. E têm de atuar como se fossem um único partido pelos próximos quatro anos. Como têm maior peso no estado, os tucanos prevalecem nas decisões políticas com o Cidadania, o que resultou no veto a Eduardo Costa.
“A política é a arte do possível. Associar meu nome ao do Zema, do Anastasia, do Patrus Ananias, tudo bem. Com o Aécio não dá. É impossível”, disse o radialista ao Congresso em Foco. “Queria entrar para a política para combater a turma da velha política. Com a velha política não vou”, acrescentou Eduardo. Segundo ele, a saída da disputa não lhe gera nenhuma frustração. “Se olhar no meu Instagram, as pessoas estão comemorando como se fosse Copa do Mundo a minha decisão”, brincou.