O Banco Central (BC) decidiu reduzir nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros Selic para 11,25% ao ano. Apesar da recente alta do dólar e a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos, fatores que podem influenciar a decisão, este foi o quinto corte desde agosto, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) interrompeu o ciclo de aperto monetário.
Nos comunicados das últimas reuniões, o Copom tinha informado que os diretores do BC e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, tinham previsto, por unanimidade, cortes de 0,5 ponto percentual nos próximos encontros, o que se comprovou com a nova taxa.
Esta foi a menor taxa de juros registrada desde a decisão de fevereiro de 2022, quando a Selic estava em 10,75% a.a. O órgão avalia que mesmo com o corte “o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”. Entre agosto de 2022 e agosto de 2023, por exemplo, a taxa foi mantida em 13,75% por sete vezes seguidas, inviabilizando novos investimentos.
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“Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau maior, o de 2025”, diz o Copom em comunicado.
A taxa é um dos instrumentos do Banco Central para controlar a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Além disso, a Selic também fomenta a economia na medida em que menores taxas de juros incentivam mais investimentos e barateiam o crédito. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da taxa, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.