Após a realização de uma assembleia nacional nesta quinta-feira (23), o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) declarou indicativo de greve até que o governo reveja o congelamento dos salários da categoria, previsto no Orçamento anual de 2022. Entre os pontos da greve está a implementação de operação-padrão nos postos aduaneiros.
Diferentemente do estado de greve, o indicativo é a etapa prévia e ocorre quando os trabalhadores estabelecem uma data mínima para o atendimento da reinvindicação sob risco de ingressarem efetivamente em greve.
Operação-padrão, ou operação-tartaruga, consiste em aplicar um rigor excessivo nas atividades, de modo a gerar lentidão na entrega de resultados.
O acordo do sindicato é para que isso seja aplicado nas alfândegas de portos e aeroportos, comprometendo a entrada de produtos importados. Essas regras não se aplicam a viajantes vindos do exterior, e nem a produtos hospitalares ou cargas perecíveis.
Confira a seguir os demais indicativos da greve:
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Esta medida foi o quinto indicativo de greve aprovado. O primeiro prevê o estabelecimento de meta zero para as atividades da Receita. O segundo, a entrega de todos os cargos de comissão e chefia, e o compromisso dos servidores de não preencher as vagas até que o reajuste seja confirmado. O terceiro, a paralisação de todos os projetos do Plano Operacional da Receita. Por fim, o quarto indicativo é para que não sejam preenchidos os relatórios de atividades da Receita até que seja feito o reajuste.
Demais categorias
O Sindifisco é a primeira organização sindical a aprovar indicativos de greve desde a aprovação do Orçamento na última terça-feira (21), mas não é a primeira a se organizar nesse sentido. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) também já informou ter um cronograma de negociações com o governo, com previsão de greve a partir do mês de março caso não se chegue a um acordo quanto ao reajuste.
Outra entidade que se organiza para a greve é a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasp). De acordo com o diretor Moacir Lopes, a categoria já se encontra há cinco anos com salários congelados, e se sente especialmente prejudicada diante da preferência dada pelo governo aos policiais federais no novo Orçamento.
“Ontem orientamos todos/as para intensificar a mobilização nos locais de trabalho, debatendo a questão e preparando a greve. (…) A preparação começa desde já, antes mesmo do recesso de final de ano”, declarou o diretor. A federação conta com mais de 240 mil servidores, entre eles funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Seguro Social.
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