Durante o velório do indigenista Bruno Pereira, em Pernambuco, um grupo de indígenas do povo Xukuru compareceu no local para cantar em sua homenagem. Na cerimônia, trouxeram uma bandeira do estado para deixar sobre seu caixão, bem como uma camisa da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), um cartaz exigindo justiça por ele e pelo jornalista Dom Phillips, bem como uma bandeira do Sport Club Recife, time do qual Bruno era torcedor.
Assista o vídeo do velório de Bruno Pereira:
“Hoje ele se torna um mártir para todos nós enquanto povos indígenas pela luta que ele representava em defesa dos povos indígenas. Mas não só pelos povos indígenas: pela mãe terra, pela mãe natureza a qual nós defendemos assim como tantos outros guerreiros e mártires que se foram e tombaram nessa luta”, declarou o cacique Marcos Xukuru durante o velório.
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A família de Bruno escolheu sua cunhada, a também indigenista Thany Rufino, para ler uma nota em sua homenagem. A nota também ressalta a importância de seu trabalho para a proteção dos povos indígenas. “Bruno tinha uma missão e iluminou sua causa, e levou ela para o mundo. Neste momento e durante toda a última semana, indígenas de todo o país fizeram rituais de passagem e homenagearam Bruno Pereira”, declarou.
Marcos Xukuru chegou a afirmar que Bruno Pereira se tornou um encantado: entidade das religiões de diversos povos indígenas que surgem a partir de uma transformação no momento da morte de pessoas que atingem um grau elevado de sabedoria, e passam a possuir poderes de cura.