O governo federal já gastou mais de R$ 432 mil em diárias para a equipe de assessores que acompanha o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. O gasto foi levantado pelo jornal O Globo com base no Portal da Transparência e inclui despesas com hospedagem e alimentação dos servidores.
Fora do país desde o dia 30 de dezembro de 2022, a equipe que acompanha Bolsonaro custou o equivalente a quase um ano dos assessores dos demais ex-presidentes. Somados, os seis ex-presidentes gastaram R$ 502 mil com diárias em 2021. Em pouco mais de dois meses, as diárias dos assessores de Bolsonaro equivaleram a 86% desse valor. Como o ex-presidente segue nos EUA e sem previsão para voltar, o valor deverá aumentar ainda mais.
Em 2021, o maior gasto com diárias foi feito pelo então ex-presidente Lula (PT), que custou R$ 281 mil aos cofres públicos. O ex-presidente José Sarney (MDB) teve o menor gasto: R$ 30 mil. Em 2022, o gasto com diárias foi maior, uma vez que dois ex-presidentes — Lula e Fernando Collor (PTB) — estavam em campanha eleitoral. Ao todo, as diárias somaram R$ 962 mil no ano passado.
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As diárias são pagas todas as vezes em que o servidor precisa se deslocar da localidade onde está lotado para indenizar despesas como hospedagem, alimentação e locomoção. Cada ex-presidente tem direito a manter oito assessores, cujo salários e despesas trabalhistas são custeados pela presidência da República. Em média, os salários e benefícios para a equipe que acompanha um ex-presidente somam R$ 50 mil por mês.
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no penúltimo dia de seu mandato após fazer uma live em que quebrou o silêncio de dois meses que impôs a si mesmo após ser derrotado em segundo turno. Inicialmente, ele ficou hospedado por um mês na casa do ex-lutador de MMA José Aldo Júnior, na cidade de Kissimmee.