Mário Coelho, Lúcio Lambranho e Rudolfo Lago
Em 2006, o maior partido do Brasil elegeu sete governadores. Veja a situação em cada estado conquistado pelo partido:
Santa Catarina
Poderá haver intervenção do diretório nacional no diretório do PMDB. O partido tinha um candidato próprio, Eduardo Pinho Moreira. Foi feita uma articulação para ele deixar a candidatura e apoiar Ideli Salvatti para o governo e Dilma para a presidência. Ele veio a Brasília tratar com Dilma. Ninguém sabe o que se discutiu nessa reunião. Mas o fato é que Pinho Moreira voltou a Florianópolis e fez o oposto: retirou sua candidatura e declarou apoio a Raimundo Colombo, do DEM. Eduardo Pinho Moreira (PMDB) chegou a estar em quarto lugar na última pesquisa do Instituto Mapa (6-8 de abril) com 12%. A deputada Ângela Amin (PP) lidera com 24,3%, seguida dos senadores Ideli Salvatti (PT) com 13,7% e Raimundo Colombo (DEM) com 12,5%.
Paraná
No Paraná, o candidato do PMDB, Orlando Pessuti, está em terceiro lugar com 10% das intenções de votos, segundo a pesquisa Vox Populi (8-12 de maio). Em primeiro está o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) com 40% seguido do senador Osmar Dias (PDT) com 33%. O ex-governador Roberto Requião, candidato ao Senado, agora costura para fechar o apoio para Dilma Rousseff. Mas quer apoiar Osmar Dias (PDT). O PT, porém, insiste em Gleisy Hoffman (PT), esposa do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Mato Grosso do Sul
É o estado onde o partido tem a maior chance de manter o governador eleito em 2006, André Puccinelli. O candidato do PMDB tem 51% das intenções de voto, segundo a pesquisa Ibrape (8-14-abril). O ex-governador Zeca do PT (PT) tem 32% e a senadora Marisa Serrano (PSDB) aparece apenas com 8%, índice menor que os de brancos, nulos e indecisos que somam 9%. Como a aliança entre PMDB e PT sempre foi considerada inviável, Puccinelli deve inclusive dar palanque para José Serra, enquanto Zeca do PT dará o apoio natural de Dilma Rousseff.
Rio de Janeiro
O PMDB também tem chances de reeleger o seu governador, mas com uma disputa bem mais apertada do que no Mato Grosso do Sul. Segundo a última pesquisa do Instituto UP (20-22 maio), o governador Sérgio Cabral tem 37% contra 25% de Anthony Garotinho (PR) e 15% de Fernando Gabeira (PV). Na pesquisa anterior do Ibope (19-21- maio), Cabral aparecia com vantagem maior, 43%, seguido de 21% para Garotinho e 12% para Gabeira.
Espírito Santo
No Espírito Santo, depois de dois mandatos consecutivos com Paulo Hartung, Ricardo Ferraço (PMDB), pré-candidato do partido, desistiu da candidatura no final de abril. O vice-governador do estado anunciou que abriu mão de se candidatar ao governo estadual e será candidato ao Senado na vaga deixada pelo governador Paulo Hartung. Segundo a pesquisa do Instituto Futuro (5-6 maio), o senador Renato Casagrande (PSB) tem 55,5% das intenções de votos. Em seguida, aparece com 18,4% o deputado Luiz Paulo Velloso Lucas (PSDB).
Tocantins
Carlos Gaguim (PMDB), atual governador, que tomou posse após a cassação do então governador Marcelo Miranda e seu vice, Paulo Sidnei, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está em terceiro lugar nas pesquisas. Segundo o Instituto Ipespe (18 a 20 nov de 2009), o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) tem 31% dos votos e a senadora Kátia Abreu, 23%. Raul Filho (PT) tem 14%.
Amazonas
O ex-governador por dois mandatos, Eduardo Braga, é candidato ao Senado e o partido não tem nenhum candidato próprio. O PMDB apóia o candidato Omar Aziz (PMN), vice-governador eleito com Braga e atual governador. O PMDB indicou o vice, José Melo, para a chapa que dá palanque para a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. De acordo com a última pesquisa da DM Duarte, o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR) tem 36% das intenções de voto. Aziz tem 29% e o deputado Serafim Correa (PSB) tem 23%. Mas o deputado já desistiu da disputa e será o vice do senador do PR. O ex-ministro de Lula tem o apoio oficial do PT no estado, mas várias correntes do partido devem pedir voto para Aziz.
Estados com governadores eleitos pelo PSDB em 2006
Rio Grande do Sul
O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), está em segundo lugar nas pesquisas. Segundo a última pesquisa Vox Populi (12.mai.2010), Tarso Genro (PT)
tem 32% das intenções de voto contra 27% de Fogaça. Considerando a margem de erro, os dois candidatos estão tecnicamente empatados. Yeda Crusius (PSDB) tem 10% e o deputado Beto Albuquerque (PSB) tem 7%.
Depois de fracassada a tese da candidatura própria do PMDB à Presidência, que era defendida principalmente pelo senador Pedro Simon, a base peemedebista gaúcha parece ser majoritariamente Serra. Na eleição passada, Alckmin ganhou de Lula no Rio Grande do Sul.
Na cúpula, depois da decisão pela aliança com o PT, Pedro Simon foi para Dilma. Fogaça e Eliseu Padilha estão neutros. Fogaça disse que seguirá a orientação da direção nacional, mas o que se aposta é que ele vai manter a neutralidade e liberar a base. Isso para manter suas chances de vitória. O que o PMDB teme é a possibilidade de um movimento em favor de Yeda se Fogaça subir no palanque de Dilma. Os peemedebistas acham que, numa hipótese dessas, a base pode ir para Yeda, repetindo o que aconteceu na eleição que ela ganhou, quando abandonaram o ex-governador Germano Rigotto, na sua tentativa de reeleição contra Olívio Dutra, do PT.
São Paulo
O PMDB não tem candidato próprio em São Paulo. De acordo com o Vox Populi (8-11.mai.2010), Geraldo Alckmin (PSDB) tem 51% e o senador Aloísio Mercadante (PT) tem 19%. O deputado Celso Russomano (PP) tem 12% e Paulo Skaf (PSB) aparece com 2% das intenções de voto. Apesar do vice de Dilma, Michel Temer, ser um deputado paulista, o PMDB de São Paulo apóia Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo do estado. Orestes Quércia, presidente do partido, concorre a senador na chapa de Alckmin.
Minas Gerais
O partido de Michel Temer tem grandes chances com o senador e ex-ministro das Comunicações, Hélio Costa. Segundo dados da última pesquisa Sensus (10-11 junho), Hélio Costa saiu na frente na corrida e lidera com 49,5% contra 20,7% de Antonio Anastasia (PSDB). No estado, a aliança do PT foi preponderante e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel foi obrigado a ser candidato ao Senado para deixar o ex-ministro num palanque único para Dilma
Paraíba
O atual governador e ex-senador José Maranhão, que assumiu o mandato após a cassação pelo TSE do governador Cássio Cunha Lima (PSDB), está na frente nas pesquisas. Segundo a pesquisa Ibope (24-26.mai.2010), Maranhão tem 48% das intenções de voto e Ricardo Coutinho (PSB), ex-prefeito de João Pessoa, tem 36%. No estado, PT e PMDB estão juntos com Maranhão e a candidata do PT à Presidência da República.
Roraima
Segundo a pesquisa do Instituto Ipespe (14-18.mar.2010), o deputado Neudo Campos (PP) tem 41% das intenções de voto e o governador Anchieta Júnior (PSDB) tem 39%. O PMDB não tem candidato próprio e até mesmo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), deve apoiar a chapa do governador tucano que tenta a reeleição. O PT também não tem candidato ao governo e deve apoiar Neudo Campos (PP).
Alagoas
PMDB e PT apóiam o pré-candidato do PDT ao governo, Ronaldo Lessa. De acordo com a pesquisa Ibrape (23-30.set.2009), o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP) tinha 57% das intenções de voto. Lessa aparecia em segundo com 43% e o senador Fernando Collor (PTB) em terceiro com 45%. O ex-governador, Téo Vilela (PSDB), apareceu no cenário com 26%. Mas ainda em março deste ano, Cícero Almeida, prefeito de Maceió, desistiu da candidatura e declarou apoio ao candidato do PDT. Ambos apóiam a candidato do PT à Presidência da República.
Situação nos partidos conquistados pelo PT em 2006.
Pará
Nas pesquisas, o deputado Jáder Barbalho (PMDB) tinha uma disputa acirrada com os candidatos do PSDB, Simão Jatene (PSDB) e a atual governadora, Ana Júlia Carepa (PT). Jatene tinha ligeira vantagem com 25%, contra 24% de Jáder, e 23% de Ana Júlia. Os dados são da última pesquisa Ibope (26-28.mai.2010). Mas no último acerto da chapa, Jáder decidiu disputar o Senado e indicou o deputado Domingos Juvenil como candidato do PMDB ao governo do Pará. Com a candidatura de Juvenil, presidente da Assembléia Legislativa, PT e PMDB prometeram apenas apoio mútuo num eventual segundo turno com o adversário do PSDB.
Bahia
O candidato do PMDB, o ex-ministro da Integração e deputado, Geddel Vieira Lima (PMDB), está em terceiro lugar nas pesquisas com 9%. Geddel, segundo a pesquisa Vox Populi (8-11.mai.2010), está atrás do governador Jaques Wagner (PT) com 41% e Paulo Souto (DEM) com 32% das intenções de votos. Apesar de não aparecer bem nas últimas pesquisa, o PMDB ainda aposta em Geddel como alternativa à polarização entre o governador do PT e o candidato do DEM.
Acre
Segundo o Instituto Phoenix (12-16.abr.2010), quem liderava as pesquisas era o senador Tião Viana (PT), com 33,4%. Tião Bocalom (PSDB) aparecia em segundo, com 23,4%. Em terceiro, estava Rodrigo Pinto (PMDB), com 12,1%. Mas, no dia 15 de junho, a executiva do PMDB no Acre anunciou que não terá candidato próprio e declarou apoio ao candidato do PSDB, Tião Bocalom.
Sergipe
O PMDB não tem candidato próprio em Sergipe. Segundo o Instituto Dataform (11-13.mai.2010), o governador Marcelo Déda (PT) lidera as pesquisas com 39,8%, seguido de perto por João Alves (DEM) com 34,9%. O candidato do PPS, Nilson Lima, tem apenas 1,8%.
Piauí
O PMDB também não tem candidato próprio no Piauí. De acordo com o Instituto Amostragem (21-24.mai.2010), Sílvio Mendes (PSDB) tem 36,59%, seguido pelo senador João Vicente Claudino (PTB), com 23,83%, e Wilson Nunes Martins (PSB), com 22,43%.
Situação nos estados comandados pelo PSB
Pernambuco
Pesquisa divulgada pelo Instituto Vox Populi em 17 de maio colocou o atual governador, Eduardo Campos (PSB), como favorito pelos eleitores. Campos obteve 31% das intenções de voto contra 14% de Jarbas Vasconcelos (PMDB) na pesquisa espontânea, quando os entrevistados podem dizer o nome de qualquer pessoa em que votariam. Outros candidatos conseguiram índice de 1%. Além disso, 4% declararam que vão votar nulo, em branco ou não votarão em ninguém. E a metade dos entrevistados (50%) não sabe ou não quis responder.
Vasconcelos faz parte do grupo de peemedebistas insatisfeitos com a união de seu partido com o PT. Na pesquisa estimulada, quando o entrevistado recebe uma lista e deve escolher um dos nomes, o candidato do PSB também liderou, com 57% das intenções. Jarbas Vasconcelos obteve índice de 28%, seguido por Kátia Telles (PSTU) e Edilson Silva (PSOL), com 1% cada. Sérgio Xavier (PV) ficou abaixo de 0,5%.
Rio Grande do Norte
Em 2006, o DEM conseguiu eleger apenas um governador. José Roberto Arruda assumiu o DF e acabou cassado por infidelidade partidária e investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por conta de um esquema de propina envolvendo membros do Executivo e Legislativo locais. Como em 2006, o DEM pode eleger apenas um comandante do Executivo. Agora, as chances são da senadora Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte.
Pesquisa divulgada em 18 de maio aponta a senadora como líder com 49% das intenções de voto no levantamento estimulado. Na segunda posição, está Carlos Eduardo Alves (PDT), com 16%. Em seguida, vem Iberê Ferreira de Souza (PSB) com 15%, Miguel Mossoró (PTC) com 2%, Sandro Pimentel (PCB) com 1% e Simone Dutra (PSTU) com 1%. Brancos e nulos somam 8% e outros 8% não sabem ainda em quem votar. Com uma aliança com PR e PV para a chapa proporcional, o PMDB não terá candidato ao governo. Mas negocia a possibilidade de indicar o vice do governador Iberê Ferreira de Souza.
Ceará
No Ceará, a situação nas pesquisas é confortável para o governador Cid Gomes. Em levantamento feito em janeiro, ele aparece com 49,1% dos votos, em uma confortável vitória no primeiro turno. O PMDB deve confirmar aliança com Gomes e lançar o deputado Eunício Oliveira como candidato ao Senado. O PSDB, depois de três anos e meio na base do governador, resolveu romper e deve lançar Lúcio Alcântara ao governo.
Demais estados:
Maranhão
No Maranhão, uma antiga polarização pode se repetir nas eleições de 2010. O governador cassado Jackson Lago (PDT) aparece como favorito contra a governadora Roseana Sarney (PMDB). O pedetista tem 46,89% em levantamento feito em abril, enquanto a peemedebista aparece com 32,61%. Já o deputado Flávio Dino (PCdoB), que contava com o apoio do PT, ficou com 4,97%. A pesquisa foi feita apenas com eleitores do município de Timon.
No entanto, decisão da cúpula nacional petista colocou o partido para apoiar a tentativa de reeleição de Roseana. A candidata do PMDB deve ser beneficiada na disputa, caso Jackson Lago seja barrado pela Justiça Eleitoral, pois com as novas regras da lei ficha limpa o candidato do PDT poderá se tornar inelegível. Lago foi cassado pelo TSE em março de 2009 por abuso de poder político.
Rondônia
A corrida, de acordo com pesquisa do Instituto Phoenix divulgada em maio, coloca o ex-senador Expedito Junior (PSDB), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos, numa disputa apertada contra o peemedebista Arquimedes Confúcio Moura e João Cahula (PPS). O tucano tem 26,3% dos votos, contra 21,7% do candidato do PMDB e 15,6% do nome do PPS para o governo.
Mato Grosso
Assim como no vizinho Mato Grosso do Sul, o estado também pode ser conduzido pelo PMDB nos próximos quatro anos. Duas pesquisas divulgadas em maio colocam Sinval Barbosa (PMDB) na frente na corrida eleitoral. E seguida, aparecem o tucano Wilson Santos, e Mauro Mendes, do PSB.
Distrito Federal
Após duas décadas de rivalidade, PT e PMDB estarão juntos nas eleições deste ano. Até o momento, as pesquisas, porém, não mediram o efeito da nova chapa. Por conta dos vários anos de rivalidade, há uma expectativa de que parte do eleitorado possa rejeitar o arranjo.
Pesquisa feita pelo Instituto O&P Brasil mostra uma polarização entre o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) e Agnelo Queiroz. Em um levantamento, Roriz tem 40,9% contra 28,4% de Agnelo e 4,2% do deputado Alberto Fraga (DEM). Em outro cenário, Roriz tem 38,9%, Agnelo aparece com 27,7%, Fraga com 3,8% e o peemedebista Rogério Rosso, eleito governador para um mandato tampão, com 2,1%. Líder nas pesquisas, Roriz é outro candidato que pode acabar atingido pela lei ficha limpa. Ele renunciou ao mandato de senador para não ser cassado.
Goiás
Disputa apertada entre dois ex-governadores. O senador Marconi Perillo (PSDB) e o peemedebista Iris Rezende disputam cabeça a cabeça a avaliação do eleitorado. Pesquisa do Instituto Ecope coloca o tucano na frente com 54% dos votos contra 42% de Rezende, o suficiente para Perillo ser eleito para mais um mandato no governo goiano.
Amapá
Pesquisa publicada em janeiro no jornal Folha de S.Paulo mostra uma polarização e segundo turno na disputa pelo governo do Amapá entre o ex-deputado Lucas Barreto (PTB) e Camilo Capiberibe (PSB). Lucas aparece com 29% das intenções de votos e Camilo com 23%.
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