Após pressão e até ameaça de notificação extrajudicial, o União Brasil autorizou nesta terça-feira (13) a liberação de recursos provenientes de doações privadas para a campanha do ex-ministro da Educação e candidato a deputado federal Mendonça Filho (União). Aliados acusam o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, de tentar minar as candidaturas de Mendonça e do deputado federal Fernando Filho, por enxergá-las como ameaçadoras em seu projeto de reeleição em Pernambuco.
Bivar estaria retendo doações feitas por pessoas físicas para campanha de Mendonça para “asfixiar” a campanha do ex-ministro. O partido estava recebendo as doações, mas não repassavam ao candidato. Segundo dados da Justiça Eleitoral, Mendonça recebido R$ 756 mil de doadores privados, além dos recursos do fundo eleitoral. Esse último recurso o União só teria liberado apenas 20% do acordado. Entre os doadores privados do ex-ministro estão o economista e ex-ministro Armínio Fraga. Tanto Mendonça como Fernando Filho estão cotados para terem as maiores votações do partido para Câmara no estado, ameaçando os planos de reeleição de Bivar.
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Filiados do União Brasil em Pernambuco acusam Bivar de tentar se reeleger a “todo custo”, colocando obstáculos aos concorrentes. Na propaganda eleitoral, o presidente nacional do partido, por exemplo, estaria dominando as inserções. Em agosto, Bivar chegou a propor que um dos seus concorrentes – Mendonça ou Fernando Filho – desistissem de disputar uma vaga para Câmara para concorrer ao Senado, pois, pelas contas da legenda o partido só conseguirá eleger dois deputados federais no estado.
O presidente do União, Luciano Bivar, chegou inclusive a destituir o diretório municipal da legenda no Recife, que era presidido por Mendonça. Ele só soube da destituição quando teria ido ao Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco (TRE-PE). Esse seria um dos pontos do acordo na fusão do PSL com o DEM. “Falta menos de um mês para a eleição e eu estou sem acesso à maior parte dos recursos que recebi. Preciso ter condições de fazer campanha. É uma aberração”, disse Mendonça ao Estadão.