Ao contrário do padrão que marcou os debates do primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (Psol) e o ex-candidato Pablo Marçal (PRTB) mantiveram o tom amistoso durante a sabatina promovida pelo autoproclamado “ex-coach” nesta sexta-feira (25). Durante a maior parte da transmissão, os dois debateram sobre questões relacionadas ao cenário do empreendedorismo na capital paulista.
A sabatina foi um desafio apresentado por Marçal tanto a Guilherme Boulos quanto ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que se recusou a participar. Em diversos momentos da transmissão, os dois teceram críticas ao gestor municipal pela ausência. “Eu tenho clareza das nossas diferenças ideológicas e topei vir apesar delas, porque eu não fujo de debate com ninguém. […] Isso não é um mérito meu, isso deveria ser uma obrigação, um dever, de qualquer um que está na política”, declarou Boulos.
Durante a campanha para o primeiro turno, Pablo Marçal manteve uma postura constante de provocação e ofensas a Guilherme Boulos, tentando vender ao eleitorado a imagem de que seu concorrente seria usuário de drogas. Na véspera da eleição, o atrito entre os dois chegou ao ápice, com Marçal publicando em suas redes sociais um laudo médico falso de internação do psolista, que registrou boletim de ocorrência em resposta.
Para participar da sabatina, Boulos cobrou o compromisso para que fosse mantido um nível civilizado de debate, o que foi aceito por Marçal. Durante a transmissão, o ex-candidato ressaltou que abaixou o tom apenas por estar fora da disputa. “Eu fiz de tudo na campanha, e não está valendo mais na campanha eu fazer algo para tocar o terror na vida de ninguém”, afirmou, tentando convencer Nunes a participar.
Boulos relatou ter enfrentado resistência para participar da entrevista. “Teve apoiadores meus que aconselharam ‘não vai, é cilada’, como eu vi que teve apoiadores seus que também te criticaram por isso. O que agente tem que ter em mente é que eu, se fosse levar pelo pessoal, seria a última pessoa a topar esse convite, até pelos ataques que sofri da sua candidatura no primeiro turno”, analisou.
Nos minutos finais da transmissão, Boulos admitiu que, em caso de segundo turno entre Nunes e Marçal, anularia o voto. Marçal também declarou que tende a votar nulo no atual cenário, mas que sua decisão final será secreta, e que ele tende a sequer comparecer na votação.
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