A mais nova investida dos aliados do presidente Jair Bolsonaro de questionar o sistema eletrônico de votação foi parar no inquérito do processo que investiga fake news para a apuração de informações comprovadamente falsas.
É o que informa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em nota divulgada na noite desta quarta-feira (28). “O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou a imediata remessa do documento ao Inquérito nº 4.781/DF, para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores – uma vez que é apócrifo –, bem como seu envio à Corregedoria-Geral Eleitoral para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário”, diz a nota. O Inquérito 4.781/DF é o que apura a divulgação de fake news.
Segundo a nota do TSE, as afirmações contidas nas duas páginas do suposto documento “são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”.
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Segundo a nota, parte dos “elementos fraudulentos” contidos no tal documento já eram objeto de investigação no inquérito das fake news.
O dcumento, divulgado pelo vice-presidente do PL, Deputado Capitão Augusto (SP), afirma que uma auditoria no sistema eletrônica indicaria um “quadro de atraso” em relação à implantação de medidas de segurança, o que geraria “vulnerabilidades relevantes nas urnas”. O documento não foi enviado oficialmente ao TSE, mas jogado por Capitão Augusto numa lista de transmissão por whatsapp.
PublicidadeO documento aparece um dia depois de o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ir ao TSE e dizer a Alexandre de Moraes que a intenção do partido era de “colaboração” e não de “contestação”. E no mesmo dia em que Valdemar esteve, a convite de Moraes, na sala do tribunal que faz a contagem e totalização dos votos, aquela que Bolsonaro chama de “sala secreta”, embora de secreta ela não tenha nada. O local sempre esteve aberto à fiscalização dos partidos.