O secretário de Relações Internacionais do município de São Paulo e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, migrou nesta sexta-feira do PDT ao MDB para apoiar o prefeito Ricardo Nunes em sua campanha pela reeleição. A decisão marca o fim de sua trajetória por entre partidos de esquerda, onde atraiu críticas nos últimos anos diante de sua aproximação com grupos de extrema-direita.
Aldo Rebelo sempre manteve uma posição ambígua entre partidos de direita e esquerda. O secretário foi um quadro histórico do PCdoB, partido onde começou sua carreira em 1977 e permaneceu por 40 anos, sempre mantendo uma relação próxima com o MDB. Assumiu diversos ministérios nos governos de Lula e Dilma Rousseff, além de ter chefiado a Casa Civil do estado de São Paulo durante a curta gestão de Márcio França em 2018, ano em que esteve filiado ao Solidariedade.
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A partir de 2021, momento em que não ocupava nenhum cargo, Rebelo se tornou alvo de críticas entre partidos de esquerda ao acatar discursos ultraconservadores e se aproximar de adeptos da Quarta Teoria Política, corrente ultra-nacionalista de extrema-direita oriunda da Rússia, que penetrava entre os quadros do PDT. Naquele ano, entrou para a sigla e disputou ao Senado por São Paulo.
No último mês de fevereiro, Aldo Rebelo foi convidado por Ricardo Nunes para assumir a Secretaria de Relações Internacionais no lugar de Marta Suplicy, que havia largado o MDB e migrado ao PT para apoiar a candidatura de Ricardo Boulos (Psol-SP) à prefeitura. O cargo se tornou incompatível com a sua permanência no PDT, uma vez que este também apoia a campanha de Boulos.
Rebelo chegou a ser cogitado como vice na chapa de Nunes graças à sua capilaridade junto a lideranças de esquerda e seu capital político. A Folha de S. Paulo chegou a questioná-lo a respeito, no que ele negou e afirmou preferir permanecer ocupando um cargo como secretário.