Esqueçam o debate sobre democracia e fascismo. Alguém já viu uma pessoa que pretende dar um golpe ocupar o horário nobre e anunciar: “prestem atenção, vocês me elegem e eu implanto uma ditadura, combinado?” A cobra jamais mostra sua cabeça antes da hora. É óbvio que vão se travestir de democratas.
Fascismo é uma palavra que o povo não tem a menor ideia do que seja. Quem conhece já votou contra o “coiso” no primeiro turno. Insistir nisso é completa perda de tempo.
PT e Lula foram decisivos para que Haddad chegasse até aqui. Daqui para frente são o caminho seguro para a derrota. Ao chegar perto dos 30% o ex-prefeito bateu no teto deste público. Precisa ampliar. Visitar Curitiba toda segunda-feira faz a alegria da reação.
Precisamos de menos PT e mais verde e amarelo. Não é possível deixar o discurso de união nacional, nossa bandeira e suas cores nas mãos dos adversários. Atores políticos de outras forças e personalidades da sociedade civil precisam assumir a liderança da campanha. Ampliar é a palavra de ordem.
Façam todos os acordos possíveis com todas as forças disponíveis. Tem que medir muito o caso de dar publicidade a eles. Lembremos que pode reforçar o discurso de Bolsonaro de que são todos iguais. Farsescamente ele se consolidou como o candidato antissistema.
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Haddad precisa ser mais Fernando e menos “Haddad é Lula”. O país elegerá um presidente tutelado? Não é ele o candidato? Até aqui, a impressão é sempre de um “delay” nas respostas, tempo necessário para mediação interna entre Fernando e “Haddad é Lula”.
PublicidadePassa insegurança para o receptor da mensagem. Nosso candidato precisa de apoio incontestável da tropa. Verdade e convicção precisam transbordar de sua fala.
Não é possível, depois de tudo que aconteceu, que o candidato do PT não faça nenhum reparo público na atuação do partido no governo ao longo dos seus 13 anos de poder. É surrealista tentar convencer que não houve erros, falar de futuro como se nunca tivesse sido governo.
Insistir nisso é dar com a cabeça na parede. Tem que se imolar em praça pública? Claro que não! Companheiros, o PT já elegeu a maior bancada, queremos ganhar a eleição? Negar a realidade e abstrair o passado é deixar a bandeira do novo, da novidade, do futuro, nas mãos do Capitão. Um erro estratégico grave.
Existe um eleitor médio que discorda de Bolsonaro, que acha que o PT fez suas estripulias, foi conivente, mas que pode votar no Haddad. É preciso abrir uma porta para este cara entrar! Uma autocrítica bem colocada, reconhecendo erros e reforçando que, apesar deles, o Brasil avançou é o que ele precisa! Teimosia e orgulho não ganham eleição!
O fascista dá entrevista à Globo de calça jeans, roupa informal dialogando no simbólico com a simplicidade do povo. Alguém “pelamordedeus” tire aquele paletó abotoado e aquela gravata rosa do Haddad. Dá impressão de que ele está preso, tenso, político tradicional. Jovialidade, futuro, um blazer, roupas claras. Se tiver que usar gravata pegue com Lula aquela verde, amarela e azul que ele adora!
Risquem do dicionário misoginia, transgênero, ideologia de gênero e qualquer outra pauta identitária multiculturalista. É veneno puro! Uma parte do povo não tem a menor ideia do que estas palavras significam.
A outra acha que é coisa do demônio para destruir a família. PUBLIQUEM uma carta compromisso endereçada à família brasileira! A esquerda moderninha que aderiu à pauta da Globo vai surtar, mas vai votar em quem, no Bozo?
O povo quer saber quem vai resolver seus problemas reais. Não está com paciência para ficar ouvindo platitudes acadêmicas. Bolsonaro vai dar armas, assassinar bandidos e reduzir a maioridade penal. Propostas absurdas, mas concretas! Nós estamos propondo o que CONCRETAMENTE para acabar com a violência que assola o país?
Como vamos criar empregos já? Retomando o desenvolvimento? Como? O povo precisa pegar na proposta, é pragmático e a vida lhe impõe senso de urgência. Vai decidir pelo seu interesse imediato. Linguagem direta e reta, objetiva, resposta clara e convicta para cada problema apresentado.
A desvantagem é grande, nunca houve uma virada, mas a política é a arte do impossível e todo dia desafia a ciência. As questões são complexas, contraditórias, vão exigir esforço dialético na compreensão da realidade.
Cabeça fria, visão estratégica pragmática e política no comando. É possível vencermos.