A vida é feita de sonhos, desafios, decepções, oportunidades, riscos, incertezas e ameaças. Aí residem “a dor e a delícia” da existência humana. Crises, tragédias, guerras, revoluções, epidemias dividem a cena com grandes descobertas, feitos heroicos, inovações, gestos comoventes, eventos empolgantes. É a eterna busca da felicidade na trajetória da civilização entremeada por acontecimentos que parecem transformar a vida numa busca sem sentido e lógica. Basta ver as escaramuças entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspeitar que alguma coisa deu errado na construção humana. Ou a assombrosa desfaçatez dos líderes políticos brasileiros corruptos que levaram a corrupção à sua expressão máxima de cinismo.
Mas o combustível da construção do futuro é a fé e a esperança. Esse período de festas de final de ano é propício à sua renovação. Como se os primeiros dias de janeiro trouxessem novas energias que alterassem por si o rumo das coisas. É preciso dar razão ao poeta mineiro: “Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite de exaustão”. Já que assim é, vamos lá imaginar novos horizontes.
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A liberdade humana não é absoluta e o papel dos líderes não é ilimitado. As escolhas se dão dentro das margens das condições objetivas historicamente determinadas. Os processos coletivos demandam líderes que interpretem valores e projetos, mas estes só são eficientes se as condições sociais, culturais e econômicas soprarem a favor. A acidentalidade tem um papel importante, mas o destino é feito de escolhas e processos conscientes.
O ano de 2017 deixa para trás a maior crise de nossa história, iniciada nos governos Lula e Dilma. Agora em 2018, podemos abrir janelas para a renovação do Brasil.
Dois são os desafios centrais: continuar reformando a economia no sentido de garantir um horizonte de crescimento sustentado, que gere renda para a população e bons empregos. Para isso, a tarefa número um é reequilibrar as finanças públicas, sem o que não haverá inflação baixa, juros civilizados, dívida sustentável, crescimento econômico. Isso depende fundamentalmente das políticas governamentais.
O segundo desafio é eleger um presidente da República e um Congresso Nacional que devolvam a confiança e a tranquilidade para a criação do clima ideal que, somado à experiência política e gerencial, nos permita superar uma crise complexa como a que vivemos. Não há soluções fáceis para problemas complexos. O populismo e a demagogia devem ser repudiados. Em pleno século XXI, precisamos de mais sociedade, mais mercado, mais empreendedorismo, menos Estado, menos tutela. Mas tudo começa por boas escolhas nas eleições de outubro. E isso não depende dos governos. Está em nossas mãos. A esperança e a fé no país podem ser restabelecidas, basta acertarmos em nossas decisões coletivas.