O Peru dará posse hoje ao seu terceiro presidente em dois anos e meio. O presidente do Congresso, Manuel Merino, assumirá o comando do país nesta terça-feira, já que o parlamento aceitou o impeachment de Martín Vizcarra na noite dessa segunda-feira (9). Vizcarra era vice do presidente Pedro Pablo Kuczynski, eleito em 2016 e também afastado por impeachment em 2018.
Ontem o Congresso aprovou a vacância presidencial por 105 votos a favor, 19 contra e quatro abstenções. O político foi acusado de receber suborno para beneficiar um conhecido cantor local com quem tinha laços de amizade. Os parlamentares concluíram que troca de mensagens de Whatsapp incriminavam o presidente.
O processo de impeachment, segundo a imprensa local, encaminhava-se para o arquivamento até o pronunciamento de Vizcarra no parlamento. Focando nos riscos de se deixar a presidência vaga, o discurso aumentou a tendência ao voto pelo afastamento, colocando Merino em seu lugar até as eleições do ano que vem.
Protestos foram registrados no centro de Lima, a capital do Peru, contra a decisão.
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Quase todos os líderes peruanos nos últimos vinte anos foram alvos de ações criminais dentro e fora de seu mandato: Kuczynski (2016-2018) foi afastado por seu envolvimento em propinas da Odebrecht , mesma acusação contra seu antecessor Ollanta Humalla (2011-2016); Alan García, presidente entre 2006 e 2011 e envolvido no mesmo escândalo, se matou ano passado, antes de ser preso; Alejandro Toledo, primeiro presidente após a ditadura de Alberto Fujimori (1990-2000) está nos Estados Unidos como foragido.
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