Nesta sexta-feira (2), o dia amanheceu diferente em Buenos Aires. Menos de 24 horas após a tentativa de assassinato da vice-presidente do país, Cristina Kirchner, os argentinos foram às ruas protestar. Os manifestantes combinaram o encontro por meio das redes sociais e às 12h estiveram na Plaza de Mayo para prestar apoio à vice-presidente. O Congresso em Foco acompanhou a manifestação em Buenos Aires.
Durante a manifestação, estavam presentes diversos partidos políticos e apoiadores de Cristina Kirchner. Os protestantes cantavam músicas e proferiram gritos de solidariedade e proteção. “Se tocarem na Cristina, o país vai virar o caos”.
Veja em vídeo como foi a manifestação:
O presidente Alberto Fernandez, por volta da meia-noite, decretou feriado nacional para que a população pudesse ir às ruas de forma pacífica defender a vida, a democracia e prestar solidariedade a Kirchner. Fernandez afirmou também que a paz do país havia sido abalada, já que parte dos argentinos estavam se reunindo no mesmo dia para expressar repúdio contra a tentativa de assassinato.
A porta-voz do governo Alberto Fernandez, Gabriela Cerruti, se pronunciou a respeito do assunto. “O governo decretou feriado porque somos a geração que sabe que a democracia e a paz se defendem na rua, e é um enorme abraço coletivo na nossa vice-presidente”, afirmou Cerruti.
É possível perceber que a maior parte da população está convicta de que o acontecimento foi o maior atentado à democracia desde o final da última ditadura Argentina, que durou de 1976 a 1983. A outra parte da população acredita na armação do episódio, já que o pais está com diversos problemas econômicos.
Racismo
O atentado acabou acirrando reações racistas de alguns manifestantes e a antiga richa que argentinos têm contra brasileiros. Na noite de quinta-feira (1), Fernando Andrés Sabag Montiel tentou atingir Cristina Kirchner com um tiro á queima-roupa. Montiel nasceu no Brasil, embora seja filho de chilenos e só tenha morado fora da Argentina até os seis anos.
Mesmo assim, alguns dos manifestantes acrescentavam a palavra “gorila” ao canto que faziam em solidariedade a Cristina Kirchner.
Na noite de quinta-feira, Cristina chegava em sua casa, no bairro da Recoleta, quando Montiel tentou atirar nela. Felizmente, o revólver falhou, o tiro não foi disparado. Montiel, um brasileiro de 35 anos com antecedentes criminais que vive em Buenos Aires, foi preso. Não se sabe ainda por que motivo ele tentou matar Cristina Kirchner.