Organizações pacifistas e personalidades de várias áreas lançaram um manifesto dirigido às comunidades judaica, árabe, palestina e à sociedade brasileira em defesa da paz no Oriente Médio. O abaixo-assinado está disponível na internet.
“Fazemos aqui um apelo às comunidades judaica, palestina, árabe, muçulmana e à sociedade brasileira em geral, pela criação de uma frente de organizações e pessoas que acreditam na paz, na justiça social e nos direitos humanos como valor universal, para que, juntos, levantemos as bandeiras de Israel e da Palestina, em uma caminhada em prol da paz e da não violência”, diz o documento.
Desde o início do conflito, o governo federal já repatriou mais de mil brasileiros que estavam em Israel. Mas enfrenta um impasse na Faixa de Gaza: cerca de 30 brasileiros estão próximo da fronteira com o Egito à espera da liberação da passagem entre os dois países. Balanço divulgado nessa quarta-feira (26) pelos dois governos informa que 7.900 pessoas foram mortas no conflito, iniciado no dia 7. São 1.400 mortos do lado de Israel – entre eles, três brasileiros – e 6.546 do lado palestino.
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A proposta de pacificação feita no manifesto se baseia em quatro pontos:
1) Imediata devolução dos reféns sequestrados pelo Hamas;
2) Fim dos bombardeios mútuos, que matam civis indiscriminadamente;
Publicidade3) Intensificação da ajuda humanitária aos deslocados pelo conflito.
4) Abertura de negociações para uma solução diplomática.
O abaixo-assinado tem o apoio, entre outros, dos jornalistas Juca Kfouri e Marcelo Coelho, da ex-senadora Eva Blay, dos atores Letícia Sabatella e Caco Ciocler, dos rabinos Alexandre Leone e Uri Lam, da escritora Eva Furnari, dos professores Maria Hermínia Tavares de Almeida, Michel Gherman e Renato Mezan, e da médica Natalia Timerman, além das entidades pacifistas israelo-palestinas Alternative Center e Mãos para a Paz. Entre os signatários, há árabes, palestinos, judeus e brasileiros em geral. (Por Edson Sardinha)
Leia a íntegra do manifesto:
“Frente para a paz”
Em defesa da humanidade.
Não é possível que continuem prevalecendo os interesses de grupos extremistas que não estão voltados ao bem-estar da população israelense e palestina, mas na consolidação de seu poder político e territorial, muitas vezes com o uso de interpretações religiosas.
Assim, defendemos:
- A imediata e incondicional libertação de todos os reféns em poder do Hamas;
- O fim dos bombardeios mútuos, que matam civis de forma indiscriminada;
- A intensificação da ajuda humanitária aos deslocados e desabrigados na região do confronto;
- O início de um processo diplomático que leve ao fim do conflito, das mortes sem sentido e da formação de uma geração que só conheça o medo, o ódio e a vingança, dando a ela a esperança de viver em um mundo mais humano.