Após uma reunião junto ao chanceler alemão Olaf Scholz em Berlim, o presidente Lula ressaltou suas críticas à atual formação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), e anunciou que levará a discussão para o bloco do G20, presidido por ele. De acordo com ele, a organização falhou em sua missão enquanto fórum para resolução de conflitos entre países.
Em coletiva de imprensa que sucedeu o encontro bilateral, Lula se pronunciou sobre as guerras em curso entre Israel e Palestina, bem como entre Rússia e Ucrânia. “Quero dizer a vocês que tudo isso acontece porque a ONU não está cumprindo com o papel histórico pela qual ela foi criada”, exclamou o presidente, citando nominalmente os países membros permanentes do Conselho de Segurança.
“Esses países deveriam zelar para manter a paz no mundo. Entretanto, são esses os países que mais produzem armas, os que mais vendem armas e fazem guerras sem passar por decisão do Conselho de Segurança”, acusou. Desde a criação da ONU, o colegiado é formado por Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido e França, países que lideraram a coalizão vencedora na Segunda Guerra Mundial.
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Em suas últimas semanas presidindo o conselho, onde o Brasil é membro temporário, Lula tentou aprovar uma resolução exigindo o cessar-fogo entre Israel e Hamas, ressaltando reconhecer o ataque inicial do segundo como um ato terrorista. A resolução, porém, foi vetada pelos Estados Unidos, principal aliado de Israel. “Por isso, nós vamos discutir no G20 a necessidade e a importância da gente rediscutir a governança global”, anunciou.
“Quem sabe, se tivessem votado a condição do Brasil, teríamos a trégua bem antes, teria morrido bem menos gente. A gente só pode encontrar a paz e discutir a paz na mesa de negociação. Esse é o papel das Nações Unidas, que elas não estão fazendo”, lamentou. Lula também defendeu a inclusão de países de diferentes partes do mundo em uma nova composição do Conselho.
Lula ainda criticou a falta de disposição dentre as grandes potências em cumprir os termos do Protocolo de Quioto e dos Acordos de Paris, que enfrentam resistência por parte dos Estados Unidos e China, principais emissores de gases de efeito estufa no mundo.
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