A Embaixada de Israel no Brasil reagiu à solicitação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), que fez oficialmente um pedido ao governo federal para que o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, seja expulso do país. Na sexta-feira (19), em entrevista à reportagem, o presidente da entidade, Ualid Rabah, alegou que Zonshine é porta-voz de um “regime de guerra”.
Em nota, o porta-voz da Embaixada de Israel, Or Keren, lamentou a manifestação da Federação Palestina.
“É triste saber que, num momento em que uma organização terrorista bárbara vai de porta em porta e massacra famílias inteiras e sobreviventes do Holocausto, há quem pense que é hora de colocar uma barreira entre Israel e o Brasil. Israel e Brasil são amigos muito próximos e qualquer tentativa de atrapalhar nosso relacionamento próximo falhará”, afirmou.
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O porta-voz ainda complementou: “É duro ficar cara a cara com a verdade e nós continuaremos a verbalizá-la. E ficaríamos felizes em ouvir deles uma condenação dos ataques brutais e desumanos do Hamas”.
A despeito do clima acirrado entre Israel e Palestina no Oriente Médio, a diplomacia brasileira tem se mantido à parte de manifestações em defesa de um lado ou outro. Nesta semana, o presidente Lula se manifestou, por meio de uma rede social, após o ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli, na Faixa de Gaza. O ataque brutal deixou centenas de mortos e deflagrou ainda mais a guerra de informações travadas entre o governo de Israel e da Palestina. Lula, contudo, não saiu em defesa de nenhum dos lados, mas fez um apelo pela vida dos civis que são atingidos pela guerra.
“O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli é uma tragédia injustificável. Guerras não fazem nenhum sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício destruídas em instantes. Refaço este apelo. Os inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra”, disse Lula. Israel nega ter feito o ataque e o atribui a um grupo radical islâmico, que, por sua vez, nega a autoria.
Na última sexta-feira, o Itamaraty divulgou nota explicando por que o governo brasileiro não chama o Hamas de terrorista. Segundo o ministério, o Brasil segue as determinações do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que tem suas listas de indivíduos e organizações consideradas terroristas — e nas quais o Hamas não está incluído. O Brasil está em uma das dez vagas não-permanentes do Conselho de Segurança. Hoje, ocupa também a presidência rotativa do conselho, em um mandato que começou em outubro e vai até o final do ano.