O massacre de 112 civis que procuravam ajuda humanitária nos arredores da cidade de Gaza, a mais populosa da Palestina, na última quinta-feira (29) repercutiu de forma negativa entre entidades de representação judaica no Brasil. Críticos à atuação de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, institutos cobram um cessar-fogo diante do impacto da guerra sobre os civis.
Na quinta-feira (29), ao menos 112 palestinos morreram e outros 760 ficaram feridos ao tentar se aproximar de caminhões de ajuda humanitária que entraram pelo oeste da cidade, que se encontra sob cerco por parte do exército israelense. Testemunhas locais e o governo palestino afirmam que as mortes ocorreram por ação dos militares, que abriram fogo contra a multidão. Netanyahu culpa os pisoteamentos e os motoristas dos caminhões, e o governo de Israel afirma que as forças efetuaram tiros de alerta, deixando pouco mais de uma dezena de feridos.
Em nota, o movimento Judeus Pela Democracia afirma que as imagens aéreas do massacre “partem o coração”. “Independente do que investigações mostrem, Netanyahu, seu governo e o terrorismo do Hamas são responsáveis pelas mortes destes e outros seres humanos. Cinco meses de guerra e parecemos nos afastar mais da devolução dos reféns e de uma solução”, publicaram em suas redes.
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Em São Paulo, o movimento Judias e Judeus pela Democracia também expressou sua frustração. “Enquanto tentamos encontrar meios de interferir no sangrento conflito que está acontecendo em Gaza, notícias terríveis chegam até nós sobre o massacre de 100 palestinos, além de centenas de feridos que aguardavam os caminhões com ajuda humanitária”, apontaram.
A entidade se juntou ao alerta sobre o fato de que a imensa maioria das vítimas da guerra são civis, que morrem não apenas em decorrência direta do conflito, mas também graças à restrição de alimentos e remédios na Faixa de Gaza, bem como diante da destruição de suas residências. “É preciso lutar por um cessar-fogo e um acordo sobre os reféns – para salvar vidas inocentes em Gaza e trazer de volta os reféns. E depois – é preciso continuar com toda força a luta por um acordo de paz”, demandaram.
O Instituto Brasil-Israel considera a situação como “mais um exemplo de como o prolongamento da guerra coloca em risco a vida de civis”, e cobrou não apenas o fim das hostilidades, mas principalmente que o governo israelense se comprometa com a solução de dois Estados, prevista na própria resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que reconhece a criação de Israel. “A criação de um Estado Palestino ao lado do Estado de Israel é a saída para a paz duradoura”, ressaltam.
PublicidadeNesta sexta-feira (1º), o Ministério das Relações Exteriores também se posicionou a respeito, cobrando um cessar-fogo e uma investigação profunda sobre o massacre.