Os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia ultrapassaram os 10 dias e a guerra, iniciada após o reconhecimento russo das repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste ucraniano, deixa um rastro de destruição nas principais cidades ucranianas.
Conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU), este conflito deixou, até o momento, mais de um milhão de refugiados, além de ao menos 700 vítimas civis entre mortos e feridos. Número que a própria ONU alerta estar subnotificado, tendo em vista as dificuldades em conseguir localizar e reconhecer cadáveres em escombros deixados pelos bombardeios.
Confira imagens da destruição fornecidas pela agência estatal ucraniana Ukrinform e pela estatal russa Sputnik:
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Os dois países apresentam divergências desde 2014, quando começou a guerra civil na Ucrânia. O governo ucraniano acusou a Rússia de intervir em assuntos internos do país ao ajudar a financiar movimentos separatistas em Lugansk, Donetsk e na Crimeia, que foi anexada no mesmo ano. Já a Rússia afirma que a Ucrânia representa um risco à sua integridade ao flertar com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e de dar livre espaço a movimentos neonazistas que ameaçam as minorias russas locais.
A guerra também segue apresentando dificuldades para os dois lados. A Ucrânia perdeu grande parte de seu litoral, com toda a costa para o mar de Azov ocupada pelo exército russo. Enquanto isso, os russos não conseguiram entrar em Kiev e Kharkiv, as duas maiores e mais importantes cidades da Ucrânia.
A Ucrânia até então era o segundo país mais rico entre as ex-repúblicas soviéticas, tendo sido a segunda potência industrial da antiga união. Sua capital, Kiev, era um dos dois principais centros de desenvolvimento tecnológico do leste europeu, junto com a capital polonesa de Varsóvia. Apesar disso, sempre foi um país que dependente militar e economicamente da Rússia, que foi seu principal parceiro até 2012.
PublicidadeA partir de 2008, a Ucrânia passou a flertar com a União Europeia e com a Otan, transitando lentamente para a zona de influência ao oeste, até a revolução de 2013, em que a população de Kiev expulsou o presidente pró-Rússia Víktor Yanukovytch. Desde então, o país vive uma situação conturbada: seu governo guinou bruscamente para a esfera ocidental, desagradando a população do leste do país, de maioria etnicamente russa. As convulsões resultaram na guerra civil que teve início em 2014, mas ficou concentrada ao redor das oblasts (regiões equivalentes a estados) separatistas de Lugansk e Donetsk.