O Ministério das Relações Exteriores divulgou na noite desta sexta-feira (25) um informe no qual afirma não reconhecer “neste momento” a reeleição do presidente Evo Morales para seu quarto mandato.
Considerando-se as tratativas em curso entre a @OEA_oficial e o governo da #Bolivia para uma auditoria completa do primeiro turno das eleições naquele país, o Brasil não reconhecerá, neste momento, qualquer anúncio de resultado final.
— Itamaraty Brasil🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) 26 de outubro de 2019
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De acordo com a publicação, o Itamaraty levou em conta as tratativas entre a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o governo boliviano para que haja uma auditoria do primeiro turno das eleições, para anunciar que não reconhecerá qualquer anúncio de resultado final, “neste momento”.
A Missão de Observação da OEA apontou problemas como a falta de segurança no armazenamento das urnas e a suspensão da apuração e defendeu a realização de segundo turno no país, devido à pouca diferença de votos entre os candidatos.
O pleito
As eleições presidenciais bolivianas ocorreram no último domingo (20), cercada de polêmicas. Durante a contagem de votos, que no país é feita de duas formas, um desses métodos foi interrompido, em um momento que indicava a possibilidade de um segundo turno.
Pela legislação eleitoral boliviana, para vencer no primeiro turno, é preciso conquistar mais de 40% dos votos com pelo menos 10% de diferença do segundo colocado. No momento em que uma das contagens parou, Evo Morales estava com 45% dos votos, enquanto seu principal oponente, Carlos Mesa, com 38%.
Quando a contagem foi retomada, a diferença entre Evo e Mesa havia aumentado para pouco mais de 10%, o que afastava a possibilidade de uma segunda votação. A mudança no cenário, no entanto, provocou reações da oposição, que acusou o governo de fraude. Com o resultado, manifestantes também tomaram as ruas do país pedindo uma nova eleição.
Segundo o coordenador do Departamento de Observação Eleitoral, Gerardo de Icaza, por causa das falhas, a credibilidade da Justiça Eleitoral no país estaria em dúvida e, por isso, mesmo que alcançada a diferença de 10%, deveria ser assegurado o segundo turno.
*Com informações da Agência Brasil
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