O Brasil é o segundo país mais perigoso do mundo para ativistas ambientais, segundo o relatório de 2024 da Transparência Internacional, que destaca a forte ligação entre corrupção e crise climática – apenas a Colômbia aparece à frente. Embora reconhecendo avanços na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), o relatório aponta o combate à corrupção ambiental como um desafio crucial.
A corrupção desvia recursos de ações climáticas, distorce políticas e alimenta a violência contra defensores do meio ambiente, aponta a pesquisa. Levantamento da ONG mostra que 99% dos 1.013 ativistas assassinados entre 2019 e 2023 viviam em países com baixo Índice de Percepção da Corrupção (IPC). De acordo com dados analisados pela Transparência Internacional, cruzados com informações da Global Witness, um em cada dez defensores de direitos humanos assassinados no mundo durante esse período residia no Brasil.
O Brasil atingiu sua pior posição histórica no ranking de percepção da corrupção, o IPC (107º lugar entre 180 países), desde 2012. O relatório critica o presidente Lula pela inação na luta contra a corrupção, a falta de controle sobre emendas orçamentárias e a aprovação da PEC da Anistia, mas reconhece avanços como decisões do STF por mais transparência, a redução do desmatamento e da mineração ilegal, e investigações de corrupção judicial. A eficácia no combate às mudanças climáticas depende crucialmente do combate à corrupção, especialmente com a COP em Belém se aproximando.
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Em países altamente corruptos, o desvio de fundos climáticos é mais provável devido à fraqueza das medidas de proteção e à influência do lobby de combustíveis fósseis. Concentrados na África, Ásia e América do Sul, esses países são também os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas. O relatório de 2025 destaca a corrupção como um “enorme obstáculo” à solução da crise climática global.
Brasil despenca em índice de corrupção e registra pior nota desde 2012