A aeronave RA-96022, utilizada para o transporte oficial do presidente russo Vladimir Putin, levantou vôo na manhã deste sábado (24) de Moscou em direção à cidade de São Petersburgo, segunda maior cidade da Rússia, conforme registrado pelo site flightradar24h, que faz o monitoramento de voos oficiais ao redor do mundo. Às 10h (horário de Brasília), a aeronave já se encontra fora dos arredores da capital.
A fuga se dá em um momento em que o Wagner Group, maior companhia mercenária da Rússia, tenta alcançar a capital após acusar o Ministério da Defesa russo de bombardear suas próprias unidades em combate na Ucrânia. Com apoio de grupos de oposição ao governo Putin, a força de cerca de 50 mil homens busca abrir caminho pelo sul do país.
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Horas antes de decolar, Putin se pronunciou a respeito do motim do grupo Wagner, comparando a rebelião às revoltas de unidades do exército e da marinha russa em 1917, quando deixaram de lutar na Primeira Guerra Mundial para se juntar aos movimentos revolucionários que buscavam derrubar o governo central. “Os beneficiários foram vários cavalheiros de sorte e poderes estrangeiros que dividiram o país em pedaços. Não permitiremos que isso se repita”.
O presidente da Rússia acusa o Wagner Group de abrir precedente para que “inimigos externos utilizem qualquer argumento para nos minar por dentro”, e classifica o motim como “uma traição de nosso povo, de nossos irmãos que lutam na fronteira”. A força mercenária no momento ocupa a cidade de Rostov do Don, capital do estado de mesmo nome no extremo sul do país, a pouco menos de 1,2 mil km de Moscou.
Apesar dos indícios de fuga, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou pouco antes das 11h (horário de Brasília) que Putin se encontra “trabalhando no Kremlin”.
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