2023 é o ano do grito de socorro do planeta: passamos do estágio de aquecimento global e entramos em estado de ebulição. Chuvas intensas, formação de ciclones, escassez das chuvas em algumas regiões e aumento de temperatura muito acima da média são apenas alguns dos problemas que a sociedade e o meio ambiente vêm enfrentando com cada vez mais frequência.
Vivemos uma onda de calor sem precedentes, com situações nunca vistas, como temperaturas elevadas tanto no hemisfério norte como no sul. E isso impacta muito o equilíbrio do ambiente e a saúde humana. As temperaturas ainda devem superar em muito os valores médios históricos em todas as regiões paulistas. Estamos em alerta e agora é o momento em que o poder público, mais do que nunca, deve agir e dar todo o suporte para os cidadãos diante dessa emergência climática que produz efeitos diretos na vida das pessoas.
O poder público necessita agir a curto prazo e investir em sistemas de alertas eficientes para reduzir as tragédias. A informação precisa chegar para a população que está em áreas de riscos antes das enchentes e dos deslizamentos. É uma medida importante para proteger a vida das pessoas. Basta lembrar do desastre que ocorreu em fevereiro no litoral norte de São Paulo: se os alertas tivessem chegado com antecedência, o impacto da tragédia poderia ter sido menor e mortes poderiam ter sido evitadas. Episódios extremos deste tipo mostram que a emergência climática é real. É urgente colocar a agenda socioambiental no centro das discussões.
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Além disso, é preciso sempre lembrar que os eventos climáticos atingem principalmente os mais vulneráveis: pessoas que moram em regiões periféricas, mulheres, negros, crianças e a população indígena. Discutir justiça climática é, antes de tudo, pensar em como mitigar as consequências das mudanças climáticas na vida dessas pessoas – com participação e diálogo com as comunidades.
Como deputada, tenho cobrado que o Governo de São Paulo se adapte e garanta que todas as cidades e regiões estejam preparadas para os eventos climáticos extremos. Após nossa cobrança e fiscalização, aconteceu a primeira denominada “operação altas temperaturas”, que teve como objetivo amenizar o impacto do calor para quem passava nas ruas da capital paulista na última semana.
Entretanto, é preciso lembrar que medidas de apoio e proteção à população não devem ficar restritas a momentos de emergência como este. O meio ambiente e a saúde pública correm risco e é o nosso dever cobrar para que as providências possíveis sejam tomadas de forma contínua. Também já é hora de decretar a situação de emergência climática. Por isso, no estado de São Paulo, protocolei o Projeto de Lei nº 759/2021 estabelecendo um plano de emergência e contingência. Não dá mais para negar que as mudanças climáticas são uma realidade. Precisamos agir agora.
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