Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitaram o pedido de desfiliação partidária da deputada federal Lauriete Malta (ES), do Partido Liberal (PL). A parlamentar alega ter sido alvo de discriminação pessoal por parte do Diretório Nacional do PL e de seu ex-marido, o ex-senador Magno Malta (ES), que comanda o partido no estado. Com a decisão, Lauriete pode se filiar a outra legenda sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.
No processo, de relatoria do ministro Sérgio Banhos, a deputada acusa o presidente regional do partido, seu ex-marido, o ex-senador Magno Malta, de “gerar um clima de notória perseguição” contra ela. A parlamentar afirma que não foi convidada para as reuniões do diretório estadual do partido após o divórcio.
Leia também
Os ministros da corte entenderam o pedido como procedente, por unanimidade. Segundo o relator, as provas apresentadas nos autos demonstram a discriminação pessoal alegada pela requerente do processo. “Não serve à autonomia partidária a legitimação de desmandos e abusos perpetrados por dirigentes partidários em descompasso com a sua finalidade, que é viabilizar, por meio do livre e democrático debate intrapartidário, a expressão da vontade popular”, afirmou Banhos.
O período chamado de janela partidária encerrou no dia 3 de abril. Fora deste período, deputados que mudam de legenda podem ser penalizados com a perda do mandato. Uma das hipóteses para não ser punido por infidelidade é a comprovação de perseguição política.
Os ministros do TSE negaram, também por unanimidade, pedido feito pela agremiação pela extinção do processo, sob a alegação de que não há oposição da legenda pela desfiliação da parlamentar.
“Não tenho nada contra o PL e nem contra os seus dirigentes, eu só queria condições para trabalhar e um partido que me apoiasse. Não tendo a atenção e o apoio partidário, não vi outra saída a não ser pedir a desfiliação. Estou feliz com o resultado. O meu mandato vira uma página e recomeça um novo momento. Tenho recebido convites de vários partidos e sinto-me honrada pelo reconhecimento. Agora, sem partido, vou avaliar e ouvir as lideranças que estão comigo. Dentre tantas notícias ruins, neste triste momento de crise sanitária, o Poder Judiciário coloca um ponto final neste processo trazendo mais esperança e abrindo um novo horizonte para esta legislatura. Obrigada a todos pelo apoio”, afirmou Lauriete.
PublicidadeO Congresso em Foco tenta contato com o ex-senador Magno Malta.
>Câmara negocia contribuição maior do governo para amenizar corte salarial