A sessão de julgamento do Tribunal Superior eleitoral (TSE) desta quinta-feira (29) deixou Jair Bolsonaro à beira da inelegibilidade. Com 3 ministros defendendo sua condenação e um sua absolvição, o presidente está a um voto de ser colocado na geladeira política por 8 anos. O seu vice, no entanto, já está salvo: todos os que já votaram são a favor de não condenar o general Walter Braga Netto, que compôs a chapa eleitoral com Bolsonaro em 2022.
Walter Braga Netto é general na reserva. Quando era da ativa, foi comandante militar do Leste (2016-2019). Em fevereiro de 2018, foi nomeado pelo então presidente Michel Temer como interventor federal na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Durante o governo Bolsonaro, foi chefe do Estado Maior do Exército até fevereiro de 2020, quando assumiu o comando da Casa Civil no Planalto (2020-2021). Em março de 2021, foi deslocado para o Ministério da Defesa. Era um dos nomes mais próximos de Jair Bolsonaro no governo.
Até agora, os ministros do TSE foram unânimes em entender que não há como declarar envolvimento do general nas ações cometidas pelo presidente Jair Bolsonaro que podem incorrer em abuso de autoridade e dos meios de comunicação — o foco da Corte é na reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022, quando o presidente falou contra o uso das urnas eletrônicas. Como 4 ministros já votaram, há maioria para absolver o vice.
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Com isso, Braga Netto não perde a elegibilidade. A princípio, pode se candidatar já em 2024 a prefeito ou vereador.