Apesar dos holofotes terem se voltado ao senador Chico Rodrigues (DEM-RR) por ter escondido dinheiro em sua cueca, a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (14), que investiga desvios de recursos públicos no combate à pandemia em Roraima, também tem como alvo o senador Telmário Mota (Pros-RR).
O nome do parlamentar aparece na decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que afastou nesta quinta (15) Chico Rodrigues do Senado. Telmário Mota é um dos investigados proibidos de manter comunicação com o senador no âmbito do inquérito 4852, que corre sob sigilo.
“Decreto o afastamento do Senador da República Francisco de Assis Rodrigues (“Chico Rodrigues”) de suas funções parlamentares, pelo prazo de 90 dias, com possibilidade de renovação, se necessária, bem como a proibição de contato – pessoal, telefônico, telemático ou de qualquer outra natureza – com os demais investigados no Inq. 4852 (Francisvaldo de Melo Paixão, Gilce de Oliveira Pinto, Jean Frank Padilha Lobato, Roger Henrique Pimentel, Rômulo Soares Amorim, Valdenir Ferreira da Silva e Senador Telmário Mota de Oliveira) até o término do investigação, com fulcro no artigo 319, III e VI, do Código de Processo Penal, por necessidade da instrução, para assegurar a aplicação da lei penal e para resguardo da ordem pública”, diz o ministro do Supremo.
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Ao Congresso em Foco o senador Telmário Mota disse desconhecer a investigação. “Para mim é uma surpresa, veja você, para ter uma ideia, os recursos que coloquei na área de saúde com covid nem foram usados”. Ainda segundo o senador, ele afirma não ter empresa, não fazer lobby e nem gestão. “Os adversários ficam jogando essas coisas todas, mas nada a ver comigo”, aponta.
Telmário Mota disse ainda que vai consultar os advogados para entender a citação de seu nome na decisão do ministro Barroso. O senador também frisou que todo o recurso destinado para covid foi via município. “Disse ao secretário Marcelo Lopes que tem no caixa de vocês mais de R$ 9 milhões meu. Pode comprar este recurso todo, fazer esse kit, abrir duas farmácias 24 horas e botar médico de plantão”. Este recurso, diz, foi colocado anteriormente para investimento ou custeio e na crise da covid disse ter falado ao secretário para que comprasse equipamento. “O dinheiro está lá, ele nem comprou, acredita?”, indaga o senador.
“Um tal de Francivaldo, que trabalha lá [na Secretária], teve uma CPI em audiências públicas e ele foi citando quem tinha recurso lá. Ai citou Telmário, quer dizer, fui citado de graça neste processo”, aponta.
Confira o vídeo que o senador mandou para o Congresso em Foco.
A operação Desvid investiga contratações realizadas no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde de Roraima envolvendo aproximadamente R$ 20 milhões que deveriam ser utilizados no combate à covid-19.
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